Militantes da UNITA expulsos do municipio do Cubal

  • António Capalandanda

Edifício da administração da cidade de Benguela

Sobas munidos com flechas e catanas

Proferidas ameaças de morte

Autoridades tradicionais na comuna da Capupa, município do Cubal, expulsaram da sua comunidade 31 militantes da UNITA, por terem participado na organização de um comício que no dia 14 de Julho naquela localidade.

Em declarações à Voz da América, Alberto Ngalanela, secretário provincial da UNITA em Benguela, disse que apareceram na aldeia da Caipumba, os sobas Filipe, Filipe Tchinguta, Mariano Ndumbo e Filipe Ngati, munidos com flechas e catanas, tendo proferido ameaças de morte contra os militantes do maior partido na oposição.

No domingo passado, segundo o político, os sobas soltaram cabritos e bois que destruíram todas as culturas dos militantes do Galo Negro.

Essa situação levou aos militantes da UNITA abandonarem a aldeia e se fixarem na sede municipal do partido e outros começaram a procurar refúgios em casa de familiares.

Refira-se que o incidente surge poucos dias depois de confrontos entre militantes da UNITA e do MPLA, na comuna da Capupa, que resultaram em duas mortes e um número total de feridos ainda por determinar. Até ao momento, as entidades oficiais mantêm silêncio sobre o incidente de 12 de Julho passado.

Segundo testemunhas locais, os confrontos tiveram início quando militantes do MPLA tentaram impedir a realização de um comício da UNITA.

A 9 de Abril passado, na mesma localidade, oito indivíduos devidamente identificados como sendo membros da extinta Organização de Defesa Civil (ODC) invadiram a residência de um político da UNITA, Manuel Lourenço, espancaram a sua esposa e o raptaram. Passados dois dias, Manuel Lourenço foi encontrado por populares já moribundo e com visíveis sinais de tortura violenta por todo o corpo, abandonado na via, a oito quilómetros da sua aldeia, Caipumba.

Na ocasião a Polícia Nacional justificou, publicamente, a morte como resultado de um desentendimento familiar.