Muito sangue nas estradas moçambicanas. Morre-se quase todos os dias. Os acidentes são frequentes e com impacto devastador.
Só nos dois últimos anos, registaram-se mais de dez mil acidentes, que mataram acima de três mil e trezentas pessoas e provocaram cerca de sete mil feridos.
E as perdas materiais também não são poucas; só em 2009 foram calculadas em 80 milhões de dólares americanos.
As estradas nacionais são consideradas como sendo os principais corredores de morte e os transportadores semi-colectivo de passageiros os que mais se envolvem em acidentes de viação.
A situação é tão grave que o problema da sinistralidade já se está a transformar numa questão de emergência nacional, chegando a haver casos ou algumas regiões onde os acidentes matam quase tanto ou mais que algumas epidemias como a malária, o HIV/SIDA ou a tuberculose.
Preocupante ainda é que as vítimas mortais são pessoas da faixa etária que se situa entre os dezoito e os cinquenta e dois anos de idade, sendo que muitas delas são peões e perdem a vida em consequência de atropelamentos, como confirma à Voz da América Manuel António Luís, Chefe do Departamento de Segurança Rodoviária, no Instituto Nacional de Viação.
Excesso de velocidade, má travessia dos peões, desrespeito às regras de trânsito, condução em estado de embriaguês, transporte de passageiros em viaturas inadequadas e com problemas mecânicos.
Estas são as principais causas dos acidentes de viação, em Moçambique. E num esforço tendente a inverter o cenário de mortandade que se vive nas estradas moçambicanas, as autoridades têm vindo a tomar uma série de medidas.
Medidas que incluem reformas legislativas, campanhas de educação cívica e o reforço da vigilância e fiscalização rodiviárias.
Manuel António Luís, Chefe do Departamento de Segurança Rodoviária, no Instituto moçambicano de Viação, falando à Voz da América sobre o problema dos acidentes de trânsito e a medidas que estão a ser tomadas para reduzir os índices de sinistralidade na estradas em Moçambique, um país onde existem, neste momento em circulação, mais de duzentos e noventa mil veículos ligeiros e pesados, contra os poucos mais de trinta e oito mil que existiam por alturas da proclamação da independência nacional, há trinta e cinco anos.