A Human Rights Watch acusou hoje o governo angolano de estar a visar os organizadores de protestos através de detenções arbitrárias, como forma de travar a crescente onda de manifestações que criticam as suas políticas.
Num relatório publicado hoje a Human Rights Watch instou as autoridades angolanas a “libertar ou a acusar adequadamente” todos os manifestantes detidos e a garantir um acesso rápido a aconselhamento jurídico e aos familiares por parte desses mesmos detidos.
A organização defensora dos direitos humanos apelou as autoridades a investigar urgentemente os alegados raptos e o desaparecimento possivelmente forçado de vários organizadores de protestos.
Ao longo do último ano, agentes da polícia angolana, fardados e à paisana, têm reagido às manifestações juvenis com repressões cada vez mais violentas, apesar da reduzida dimensão desses protestos, e detiveram vários líderes juvenis, jornalistas e líderes da oposição.
As forças de segurança, adianta a Human Rights Watch, detiveram mais de 50 veteranos de guerra durante o protesto de 20 de Junho. Dezassete deles foram alegadamente libertados dois dias mais tarde, mas as autoridades policiais, militares e judiciais não deram resposta aos repetidos pedidos da organização para que confirmassem os números totais de indivíduos detidos, libertados ou que continuam detidos preventivamente e a espera de julgamento.
A Human Rights Watch sublinha que pelo menos 28 veteranos ainda se encontram detidos para julgamento.