Um dos representantes da coroa britânica esteve em Moçambique. O Príncipe Harry visitou operações de desminagem na província de Tete, assumindo talvez assim um papel que fora adoptado pela sua mãe, a falecida princesa Diana. O Luís Costa Ribas conversou sobre a visita com o director executivo da HALO Trust, que acompanhou o príncipe nesta visita.
O príncipe britânico Harry esteve na província moçambicana de Tete, centro do país, onde se inteirou das operações ali levadas a cabo pela Halo Trust, uma organização internacional não-governamental que se dedica à desminagem. O objectivo da visita era o de centrar a atenção da comunidade internacional no impacto das minas na população civil. E em Tete, Harry visitou vilas em redor da barragem de Cahora Bassa.
A acompanhar o príncipe esteve o responsável pela Halo Trust, Guy Willoughby.
“Ele passou dois dias connosco vendo os que desactivam as minas a trabalhar e também a aprender o trabalho deles, em zonas minadas nos anos 70, pelos portugueses, e que só agora estão a ser desactivadas, em locais muito percorridos pelos aldeões, muitos dos quais ficaram feridos pelo rebentamento destes engenho”.
O príncipe recebeu lições de desactivação de minas e teve também a oportunidade de se inteirar dos problemas incorridos por estes trabalhadores. Para alem dele próprio ter contribuído para o trabalho.
“Ele destruiu sete minas”.
Naquela zona acredita-se que existam cerca de 30 mil minas espalhadas ao longo de 17 quilómetros, agora vedados, e junto às 10 aldeias visitadas pelo príncipe.
“Num final de tarde deslocou-se a uma vila onde havia 300 pessoas, vítimas das minas. Ali conversou com (por exemplo), um rapaz, vítima recente de uma mina que lhe fez perder as pernas, e um homem de 60 anos que perdeu os olhos e o braço direito. Ele teve a oportunidade de se encontrar com vítimas das minas, mas também teve de ouvir sobre as dificuldades dos aldeões que vem o seu gado vitimado por estes engenhos, (e para quem é difícil trabalhar os campos)”.
Questionado sobre se encontrara no Príncipe Harry um sucessor para o exemplo da mãe, a princesa Diana que foi embaixadora da campanha internacional para eliminar o uso das minas terrestres, qualidade em que visitou Angola, Guy Willoughy dá uma gargalhada, e reconhece que o envolvimento do príncipe pode ajudar.
“Os dois príncipes têm mostrado grande interesse nos problemas criados pelas minas terrestres. E a missão da Halo Trust é desactiva-las. Agora o Príncipe Harry visitou zonas minadas e pediu para aprender mais sobre este trabalho, o que é bom pois eleva a consciência e a atenção para que há ainda muitas minas, que há muitas pessoas que vivem junto a zonas minadas e que a única solução é desactiva-las”.
Palavras de Guy Willoughby, responsável máximo da Halo Trust, sobre a visita do príncipe britânico Harry a Moçambique, à província de Tete, onde teve a oportunidade de aprender sobre desminagem e contribuir pessoalmente, desactivando ele mesmo alguns desses engenhos.
A Halo Trust trabalha desde 1993 na desminagem em Moçambique. Um trabalho que desenvolve em parceria com o Instituto nacional da Desminagem de Moçambique, países subscritor do Tratado de Proibição das Minas, que previa o termino da limpeza destes engenhos mortíferos até 2009. Quando foi determinado que Moçambique não conseguiria cumprir o calendário, foi-lhe dado mais cinco anos para o cumprir.
Segundo a Halo Trust, no último mês, a organização retirou 925 minas de solo moçambicano e mais de cem mil desde que iniciou o seu trabalho neste país, em 1993.