Guiné-Bissau É Um Dos Países Referenciados Por Tráfico De Pessoas

Crianças levadas para escolas corânicas são usadas por estas em trabalhos forçados. Outras são levadas para a prostituição

A Guiné-Bissau é um dos países referenciados por tráfico de pessoas num relatório anual do Departamento de Estado. Crianças levadas para escolas corânicas são usadas por estas em trabalhos forçados. Outras são levadas para a prostituição.

O relatório cita dados da UNICEF para dizer que todos os anos mais de 2.000 crianças são tiradas à força às suas famílias pelas escolas corânicas.

Essas crianças são maltratadas e obrigadas a pedir nas ruas para os seus professores no Senegal, no Mali e na Guiné Equatorial. Um estudo feito há dois anos indica que só em Dacar há 2.500 crianças guineenses a pedir nas ruas.

O Departamento de Estado sustenta que apesar de alguns esforços nesse sentido, o governo guineense demonstrou fraco progresso no combate ao tráfico. E recomenda a intensificação da perseguição e punição dos traficantes.

Apesar de não ter uma lei que proíba todas as formas de tráfico de pessoas, nem a prostituição forçada, a Guiné tem leis contra os trabalhos forçados.

Mas essas leis não são aplicadas pelas autoridades e não houve qualquer investigação ou processo judicial contra traficantes de pessoas. Isto sucede, diz o relatório, por falta de capacidade logística e corrupção.

Tal como em outros países, a protecção às vítimas é fraca mas o governo providencia fundos limitados a organizações humanitárias que operam abrigos para as crianças.

Algumas crianças são libertadas dos trabalhos forçados, mas entre os milhares desaparecidos só 43 foram repatriadas para a Guiné no ano passado.

O relatório exorta o Governo a ser mais enérgico nas actividades de libertação das crianças, sensibilização da opinião pública, e perseguição dos traficantes.