Chefe da diplomacia africana dos EUA em visita surpresa à Somália

  • Gabe Joselow

Johnnie Carson

Extremamente importante para o povo da Somália que o plano de transição política seja concluído a tempo

Concluir a transição política

O secretário de estado adjunto para os Assuntos Africanos Johnnie Carson visitou Mogadíscio para pressionar as autoridades somalis a cumprirem a data para concluir a transição política.

Carson acentuou que os Estados Unidos encaram a possibilidade de aplicar sanções contra aqueles que tentem subverter o processo.

Após a visita de um dia à capital somali, Johnnie Carson referiu já em Nairobi ter sido a entidade norte americana de maior destaque a deslocar-se àquela cidade em quase 20 anos.

Carson sublinhou ter sido recebido pelo presidente somali Sheik Ahmed e o primeiro-ministro Moahammed Ali, bem como por representantes das Nações Unidas e vários diplomatas.

Carson apelou os elementos do Governo Federal de Transição para fazerem tudo o que estiver no seu poder para formarem um governo mais permanente até 20 de Agosto próximo, data definida no plano acordado internacionalmente.

Segundo afirmou Carson é extremamente importante para o povo da Somália que o plano seja concluído a tempo e o mais completo possível.

A Somália tem pouco mais de dois meses para cumprir com os pontos-chave do plano, incluindo a aprovação de uma nova constituição e a eleição de um presidente.

Carson indicou que os Estados Unidos estão preparados para ser rigoroso com quaisquer individualidades que prejudiquem o processo, incluindo os próprios membros do governo.

“Actuaremos contra aqueles que tentem impedir a marcha para uma maior estabilidade e aqueles que impeçam uma nova constituição. Outros estados indicaram já que se encontram preparados para agir da mesma forma”.

As possíveis acções incluem sanções de vistos, proibição de viagem e congelamento de bens.

Carson indicou ainda que os Estados Unidos vão continuar a apoiar a força de paz da União Africana – a AMISOM – nos esforços para derrotar o que classificou da ameaça Shabab.

Desde 2007, os Estados Unidos atribuíram quase 340 milhões de dólares para os países que contribuem com tropas para a AMISON.

Os Estados Unidos ofereceram 33 milhões de dólares por informações sobre o paradeiro de sete dirigentes do grupo militante al-Shabab.

Os militares da AMISOM, que integra elementos do Uganda, do Djibouti e do Burundi obtiveram grande êxito em forçar a saída dos militantes islamitas da cidade de Mogadíscio, e recentemente capturaram Afgoye – um reduto chave da al-Shabab nos arredores da capital.

Várias missões diplomáticas aumentaram a sua presença em Mogadíscio com a melhoria das condições de segurança, incluindo as representações das Nações Unidas, da Inglaterra e da Turquia.

Carson indicou ainda que o Departamento de Estado norte-americano irá proceder ao envio de funcionários para aquela cidade quando considerar apropriado e seguro.