Escoamento de carvão mineral
A companhia mineira brasileira “Vale” vai mesmo ter de usar camiões para o escoamento de carvão mineral, a partir da vila carbonífera de Moatize, em Tete, para o porto da Beira, como alternativa devido ao atraso na conclusão da linha férrea de Sena.
Trata-se de um embaraço provocado pelo consórcio indiano Ricon que atrasou no processo de reabilitação da linha férrea de Sena, ligando a vila carbonífera de Moatize e a cidade portuária da Beira.
O assunto provocou crispação nas relações de amizade entre Moçambique e Índia, mas tudo foi resolvido à porta fechada sem grande alarido, embora Moçambique tenha decidido rescindir o contrato com o consórcio e entregar a linha de Sena à empresa estatal Caminhos de Ferro de Moçambique.
Os CFM dizem que o processo de correcção dos erros da linha férrea construída pelos indianos só poderá terminar em Setembro próximo, mas o escoamento de carvão mineral já não pode ser travado, pelo que a companhia mineira brasileira vai mesmo recorrer aos camiões nas próximas duas semanas.
Este é o plano B desenhado pelos brasileiros, sendo que o A é usar a linha férrea de Sena
O recurso ao transporte rodoviário tem em vista responder em tempo útil aos compromissos da empresa Vale no Mercado internacional, onde clientes estão à espera de carvão mineral moçambicano a partir do próximo mês.
A companhia brasileira está igualmente a estudar outras alternativas que podem ser usadas a médio prazo, tais como construção de um ramal ferroviário ligando Moatize e a linha férrea de Nacala. Esta via é considerada mais económica, mas a sua construção vai levar algum tempo.
Projectos da exploração de carvão de Moatize estão a dinamizar o crescimento da cidade de Tete.
Mais de sete mil pessoas têm empregos directos ou indirectos em instituições ligadas a projectos de exploração de carvão. O alojamento em Tete é agora uma dor de cabeça. Todos os hotéis andam cheios e o custo de vida disparou em flecha na chamada terra de cabritos.