Escândalo abala governo cabo verdeano
A nomeação de Carlos Pereira, neto do falecido presidente Aristides Pereira, para o cargo de administrador executivo do Instituto Nacional da Previdência Social continua na ordem do dia, isso depois do maior partido da oposição MPD ter pedido a cabeça da ministra da Juventude, Desenvolvimento Social e dos Recursos Humanos, Jainira Hopher Almada.
Apesar de Carlos Pereira ter pedido demissão do cargo para qual foi nomeado pela então noiva e agora esposa, a ministra Janira Almada, este caso fortemente criticado pela juventude do MPD e que chegou a pedir o afastamento imediato da referida governante, também está a causar mal estar no seio de elementos do próprio partido no poder.
Num texto escrito na sua página do Facebook e publicado nos jornais digitais do país, o antigo presidente da JPAI -Juventude do PAICV, Edson Medina, acusa a ministra Janira Hopher Almada de "imoralidade", "promiscuidade" e "covardia", pela nomeação do seu marido para Administrador Executivo do Instituto da Previdência Social.
Edson Medina disse que o Governo e o PAICV devem "debater profundamente, e a todos níveis, esta questão e adoptar medidas e acções concretas, sob pena de conceder ao MPD o que este tentou fazer nos últimos anos: nivelar por baixo".
O primeiro ministro, José Maria Neves, que anunciou o pedido de demissão de Carlos Pereira, disse que não há nepotismo e reafirmou total confiança na ministra da Juventude, Emprego, Desenvolvimento Social e Recursos Humanos, Janira Almada, uma jovem que classifica de dinâmica, competente e que tem feito um excelente trabalho no Governo.
Fala-se em alguns círculos, que o pai da ministra, o antigo governante, deputado e candidato presidencial, David Hopher Almada, terá aconselhado a filha a deixar o executivo, afim de limpar a sua imagem manchada neste processo. Seria uma forma de baixar a poeira e depois regressar à política activa com outro rosto.
O analista político, Nardi Sousa, é de opinião que se deve pautar pela legalidade na execução de qualquer processo, mas entende que não se deve julgar uma pessoa na praça pública, sem se conhecer os fundamentos do assunto.
Apesar de erro que se tenha cometido, a nomeação do marido pela ministra, Nardi Sousa diz que não é razoável fazer-se julgamento na praça pública, sem se analisar todos os pormenores que estiveram na base dessa tomada de decisão.