UNITA promete por MPLA em fraldas
O General Abílio Kamalata Numa disse que se as próximas eleições gerais em Angola, forem fraudulentas o partido no poder deverá "ver fraldas", ou seja que vai fazer face a um movimento popular de protestos por todo o país.
No jogo de palavras que tem marcado os seus discursos políticos, esse membro da UNITA tem feito troças do partido MPLA no poder transmitindo aos seus militantes o sinal de confiança para mudança do regime.
O General Numa assegurou durante um comício realizado no município do Bocoio, província de Benguela, que, a sua organização partidária irá protagonizar uma revolta popular para defender o voto enquanto expressão da vontade popular.
“Já fomos humilhados várias vezes e conhecemos bem a fraude. Nós vamos transformar essa fraude em fralda” advertiu alegando que “o povo estará na rua para defender o voto, em defesa do estado de direito democrático, e em defesa da democracia.”
O político referiu ainda que, o seu partido tem uma base de apoio social muito grande, que desta vez deverá se confrontar nas ruas com o partido no poder.
“Desta vez o MPLA vai se confrontar com a máquina política da UNITA. Esta máquina tem no seu centro o povo angolano.”
Também ao fazer uso da palavra a palavra durante o mesmo acto político, Vitorino Nhany, secretário-geral a UNITA, acrescentou que, o processo eleitoral começou mal e mergulhou numa crise.
“O senhor José Eduardo dos Santos já está a começar a fazer fraude. A fraude iniciou-se com actualização do registo eleitoral. O registo eleitoral não foi levado a cabo por um órgão independente.”
“A fraude continuou com a recolha de cartões de eleitores, com a nomeação de Suzana Inglês (para o cargo de presidente da CNE) e dos presidentes das comissões províncias e municipais eleitorais em que uns são dos Serviços de Inteligência e Segurança de Estado e outros são do MPLA”.
Referiu ainda que seu partido havia ganhado as eleições de 1992 e aceitou os resultados das legislativas de 2008 em nome da estabilidade, "mesmo considerando fraudulentas, mas advertiu que a oposição “ já não irá engolir mais sapos.”
Apontou a existência de "conflitos sociais preocupantes" e lamentou que o MPLA, que tem uma maioria qualificada no Parlamento, com 91 dos 120 deputados, esteja a "perseguir elementos da oposição".