Angola: General Numa diz que se houver fraudes... MPLA vai "ver fraldas"

  • António Capalandanda

General Abilio Kamalata Numa, membro da UNITA tem protagonizado ultimamente uma série de intervenções políticas para manter acesas as esperanças nas bases do partido na perspectiva das eleições deste ano

Destacado líder militar da UNITA assegura que em casos de fraude eleitoral o seu partido vai trazer o povo a rua para contestar

UNITA promete por MPLA em fraldas

O General Abílio Kamalata Numa disse que se as próximas eleições gerais em Angola, forem fraudulentas o partido no poder deverá "ver fraldas", ou seja que vai fazer face a um movimento popular de protestos por todo o país.

No jogo de palavras que tem marcado os seus discursos políticos, esse membro da UNITA tem feito troças do partido MPLA no poder transmitindo aos seus militantes o sinal de confiança para mudança do regime.

O General Numa assegurou durante um comício realizado no município do Bocoio, província de Benguela, que, a sua organização partidária irá protagonizar uma revolta popular para defender o voto enquanto expressão da vontade popular.

“Já fomos humilhados várias vezes e conhecemos bem a fraude. Nós vamos transformar essa fraude em fralda” advertiu alegando que “o povo estará na rua para defender o voto, em defesa do estado de direito democrático, e em defesa da democracia.”

O político referiu ainda que, o seu partido tem uma base de apoio social muito grande, que desta vez deverá se confrontar nas ruas com o partido no poder.

“Desta vez o MPLA vai se confrontar com a máquina política da UNITA. Esta máquina tem no seu centro o povo angolano.”

Também ao fazer uso da palavra a palavra durante o mesmo acto político, Vitorino Nhany, secretário-geral a UNITA, acrescentou que, o processo eleitoral começou mal e mergulhou numa crise.

“O senhor José Eduardo dos Santos já está a começar a fazer fraude. A fraude iniciou-se com actualização do registo eleitoral. O registo eleitoral não foi levado a cabo por um órgão independente.”

“A fraude continuou com a recolha de cartões de eleitores, com a nomeação de Suzana Inglês (para o cargo de presidente da CNE) e dos presidentes das comissões províncias e municipais eleitorais em que uns são dos Serviços de Inteligência e Segurança de Estado e outros são do MPLA”.

Referiu ainda que seu partido havia ganhado as eleições de 1992 e aceitou os resultados das legislativas de 2008 em nome da estabilidade, "mesmo considerando fraudulentas, mas advertiu que a oposição “ já não irá engolir mais sapos.”

Apontou a existência de "conflitos sociais preocupantes" e lamentou que o MPLA, que tem uma maioria qualificada no Parlamento, com 91 dos 120 deputados, esteja a "perseguir elementos da oposição".