Dados sobre violência doméstica divulgados em Moçambique
O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) acaba de divulgar os primeiros dados oficiais de um inquérito nacional sobre a violência conjugal nas famílias moçambicanas.
De um universo de 14 mil famílias inquiridas, entre casais ou namorados, com idades entre 15 e 49 anos, os resultados revelam que a violência física ou sexual está cada vez a aumentar entre os casais, com destaque para as mulheres, apesar de uma tendência crescente entre os homens.
Segundo os dados, 32% das mulheres dizem ter sofrido actos de violência física ou sexual por parte dos companheiros e apenas 12% dos homens admitiram ter sido vítimas das suas esposas.
O inquérito estudou o perfil das vitimas da violência conjugal e concluiu que, entre as mulheres, a media e igual independentemente do nível de instrução, idade ou estado civil.
Já no que diz respeito aos homens, o estudo indica que a maior caso dos que reportaram ter sido vítimas da violência conjugal esta entre divorciados ou separados, residentes nas áreas urbanas e os mais escolarizados.
Em termos percentuais, o inquérito revela que13% dos homens inquiridos, divorciados ou separados, dizem ter sido vítimas de violência conjugal recentemente, contra 8% dos que ainda continuam casados.
Em termos de nível académico, o inquérito indica que 14% das vítimas possuem o nível médio ou superior, contra 8% dos não instruídos.
Em termos de divisão geográfica, a província de Cabo Delgado, no norte, e a cidade do Maputo, apresentam o maior número de homens violentados pelas respectivas companheiras.
O inquérito não avaliou os motivos do crescimento dos índices de violência entre os casais, contudo, há uma percepção comum, de que na maioria dos casos, as traições ou ciúmes, que por vezes terminam com morte de um dos parceiros, são a principal motivação.