Angola considera de "imperativa" a realização da segunda volta das eleições presidenciais guineenses, disse o secretário de Estado das Relações Exteriores angolano.
Rui Mangueira falava aos jornalistas na Cidade da Praia após um encontro com o presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca que contudo não teve como assunto a situaçao na Guiné Bissau.
No encontro foi discutidada a questão da eleição do novo presidente da Comissão da União Africana (UA).
Mas após o encontro aquele diplomata angolano disse que os militares que assumiram o poder na Guiné-Bissau têm de "aceitar os princípios do retorno à constitucionalidade".
Mangueira disse que esse retorno deve incluir o presidente interino e o primeiro-ministro que foram afastados pelos militares mas subsequentemente soltos
"O nosso princípio mantém-se: o PAIGC (o partido no poder na altura do golpe militar) deverá ser uma força considerada em todo esse processo e devermos então pensar que a realização da segunda volta das eleições é um imperativo para a resolução da crise", disse.
Sobre as acusações do Comando Militar à missão de conselheiros militares (Missang) que Angola vai retirar de Bissau, o governante angolano desdramatizou-as, sublinhando que, com 270 elementos, entre militares, médicos e polícias, "jamais poderia ameaçar as estruturas militares" guineenses.
"Uma vez que não existem condições" para a continuaçlão da missão, "a Missang vai sair e será substituída por uma missão da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), o que vai acontecer nos próximos dias", assinalou Rui Mangueira.
Militares guineenses têm de "aceitar os princípios do retorno à constitucionalidade".