O antigo secretário-geral do MDM, Ismael Mussá, aguarda a comunicação oficial do líder do partido, Daviz Simango, sobre a resposta do seu pedido de demissão e as decisões subsequentes para definir o seu futuro político.
Num contacto com a reportagem da Voz da América, disse que até ao início da tarde de quinta-feira ainda não tinha recebido nenhuma comunicação de Daviz Simango sobre o seu pedido de demissão.
Mussá evitou entrar em detalhes sobre o seu futuro e disse que pretende aguardar o desenrolar do processo em silêncio, sem entrevistas a imprensa, segundo ele, para preservar a imagem e o futuro do partido.
No entanto, informações de fontes próximas a Daviz Simango confirmaram hoje à Voz da América, a realização, dentro da próxima semana, na província de Cabo Delgado, norte do país, de uma reunião do Conselho Nacional, que terá como um dos pontos previsíveis, a actual crise no seio do partido, concretamente, o posicionamento do partido em relação a Ismael Mussá e outros quadros do partido.
Numa altura em que o silêncio reina por todos os lados do partido, sobre a actual situação interna, ouvimos os comentários de Manuel de Araújo, analista nacional e presidente do Centro de Estudos Moçambicanos Internacionais.
Araújo considera a crise vivida no MDM como algo previsível e normal num partido com tempo de existência que tem (dois anos) e descreve a situação como uma erupção do processo de afirmação ideológica do partido.
Segundo Araújo o partido nasceu de uma crise dentro da Renamo e os membros filiaram-se por uma questão de descontentamento e não tiveram tempo para definirem e se alinharem em função de uma ideologia única, facto que está a acontecer neste momento.
Araújo considera que o actual momento do MDM é o primeiro grande desafio da sua existência e da forma como for gerido, dependerá o futuro próximo do partido, que poderá ser um fortalecimento ou o fim de um movimento que era uma promessa para a política nacional.