A agência de “ratings” Standard and Poor (S&P) anunciou segunda-feira que os Estados Unidos continuam a ter uma notação de crédito três AAA, mas agência baixou a sua cotação de crédito a longo prazo para o governo americano.
De acordo com a Standard and Poor, os Estados Unidos estão entre as 19 nações soberanas que possuem uma notação de crédito três AAA, significando com isso que o país está entre as nações com o crédito mais elevado do mundo.
Mas a S&P tem preocupações, tendo levado a agência a baixar a sua previsão de crédito a longo prazo para o governo dos Estados Unidos, passando-o de “estável” para “negativo”, indicando que uma mudança na notação de crédito do país poderá estar no horizonte.
David Beers, da Standard and Poor disse aos jornalistas através de uma teleconferência:
“Uma perspectiva negativa significa que na opinião da S&P, existe pelo menos uma possibilidade em três de que nos próximos dois anos, possamos baixar o “rating”. Isso significa, concomitantemente, que existe, na opinião do comité, dois terços de possibilidades de que isso não venha a acontecer.”
A Standard and Poor disse que a economia dos Estados Unidos é flexível e altamente diversificada e de que a política monetária do país apoia efectivamente o seu crescimento, enquanto contem a inflação. Mas a agência advertiu de que em relação aos seus pares com o mesmo rating AAA, os Estados Unidos tem o que a S&P considera ser um deficit orçamental muito grande e uma crescente divida governamental.
O limite da dívida dos Estados Unidos é de mais de 14 triliões de dólares, e os Estados Unidos estão a caminho de atingir aquele número numa questão de semanas. Ao abrigo da lei americana, o Departamento do Tesouro não pode pedir emprestado mais dinheiro, a não ser que o Congresso dê a sua aprovação aumentando os limites de empréstimo.
Congressistas estão a debater se aumentam o tecto da dívida enquanto consideram o orçamento federal.
AAA é a mais elevada notação de crédito. Se o “rating” dos Estados Unidos baixar, tornar-se-á mais dispendioso aos Estados Unidos pedir dinheiro emprestado.
O secretário da imprensa da Casa Branca, Jay Carney, disse aos jornalistas que a decisão da agência de rever a perspectiva de crédito a longo prazo serve como aviso aos congressistas.
“Uma lembrança de que é importante que alcancemos um acordo sobre a reforma fiscal. E uma outra indicação da importância de ambas as partes se esforçaram para se alcançar uma resolução do problema.”
A Standard and Poor disse pensar que é um risco significativo que os congressistas não consigam chegar a acordo sobre uma estratégia fiscal a médio prazo antes das eleições em 2012.
Mas o secretário de imprensa Carney disse que a administração Obama acredita que o processo político subjugará as expectativas da Standard and Poor.