Guiné-Bissau: Citadinos mais reconfortados depois do apelo militar

Panorama da cidade de Bissau com o edifício do Parlamento ao fundo

Dezenas de bissau-guineenses tinham fugido da capital com receios do eclodir da guerra entre os golpistas e tropas estrangeiras

O Comando Militar através do seu porta-voz o Tenente Coronel Dahba Na Walma disse que os residentes de Bissau tinham decidido abandonar a cidade, depois do anúncio de envio por Portugal de uma fragata para socorrer os cidadãos portugueses, o que foi no entanto entendido pela população local como um risco iminente de guerra.

O oficial guineense adiantou ainda que os inúmeros apelos a intervenção militar estrangeira de políticos e entidades estrangeiras terá alimentado esse medo dos residentes da capital que durante o fim-de-semana e Segunda-feira partiram da cidade a procura de refúgios no interior do país.

Os militares para conterem entretanto os ânimos da população, proibiram a realização de manifestações quer sejam a favor ou contra o golpe militar.

Segundo um comunicado divulgado em Bissau, o Comando Militar ameaçou com “repreensão severa” os que não respeitarem a sua directiva.

Na Segunda-feira, as forças intervieram para dispersar uma suposta concentração popular organizada por associações da sociedade civil em Bissau.

Além dos receios de segurança há também riscos de ruptura de stocks alimentares, por causa do continuado encerramento de algumas lojas assim como de serviços e de instituições públicas.

O correspondente da Voz da América em Bissau, Lássana Cassamá diz entretanto que tudo está em vias de voltar a normalidade com a reabertura das lojas, dos mercados e das gasolineiras. Segundo ainda a nossa fonte, a situação poderia ter sido agravada em Bissau se permanece o embargo terrestre, aéreo e marítimo imposto dias antes pela Junta Militar.

Também em curso estão as negociações políticas entre os militares e os partidos políticos com vista a formação do Conselho Nacional de Transição, o órgão executivo que deverá assumir as rédeas do país.

Todavia, o principal partido político guineense o PAIGC não está a tomar parte nessas conversações, assegurou o correspondente da VOA.