Os orfanatos não faziam parte da cultura do Ruanda

As crianças eram da responsabilidade da comunidade

Durante o genocídio de 1994 cerca de um milhão de crianças perdeu um ou os dois pais. Dezenas de orfanatos foram construídos para cuidar destes jovens vulneráveis. Nos próximos anos o governo do Ruanda espera poder encerrar a maioria destas instituições.

O primeiro ministro ruandês Pierre HABUMUREMY salienta a existência de apenas um punhado de orfanatos antes do genocídio. Hoje em dia existem mais de uma trintena.

“Os órfãos não faziam parte da cultura do Ruanda. As crianças eram da responsabilidade da comunidade – em especial as crianças que tivessem perdido um dos pais. Era um princípio base da cultura do Ruanda”.

Um estudo sugere que os orfanatos nem sempre se encontram nos locais onde estavam previstos. Liderado pelo primeiro-ministro e com a assistência da organização britânica Hope & Homes for Children, o Ruanda adoptou uma política nacional no sentido de gradualmente encerrar os orfanatos.

Até mesmo as instituições dirigidas por pessoas bem-intencionadas têm os seus problemas quando comparadas com uma casa de família.

Quando em Agosto passado a política de encerramento dos orfanatos foi anunciada, foram colocadas preocupações sobre os recursos vão preencher o vácuo das instituições que sejam encerradas.

Por exemplo, apoio de emergência e aconselhamento familiar, bem como treino vocacional e microcréditos serão disponibilizados através dos centros comunitários.

As necessidades e os cuidados de longo prazo dos mais jovens, cuja adaptação à vida comunitária possa ser particularmente complicada, será uma das prioridades.

Quando se aproxima o décimo oitavo aniversário do genocídio no Ruanda, até mesmo os bebés mais jovens colocados nos orfanatos após os acontecimentos de 1994 aproximam-se da idade adulta.

Muitos consideram ser este ano o momento apropriado para o Ruanda regressar ao sistema tradicional baseado na comunidade para cuidar das suas crianças mais vulneráveis.