Em 2010, 17 milhões e quatrocentas mil pessoas não tinham segurança alimentar

  • Paulo Oliveira

Em 2010, 17 milhões e quatrocentas mil pessoas não tinham segurança alimentar

A agencia da ONU para as Crianças - UNICEF - acaba de lançar o apelo anual para o financiamento de mulheres e crianças envolvidas em várias crises.

Contido no apelo para donativos no valor de 303 milhões de dólares encontram-se projectos em oito países no leste e no sul do continente africano, com a maior parte destinando-se à Etiópia, a Somália e o Zimbabué.

O director regional da UNICEF para o Leste e o Sul de África, As Sy, afirmou que os desastres naturais e provocados pelos seres humanos estão a ter forte impacto naquelas regiões.

Segundo a mesma fonte, em 2010, 17 milhões e quatrocentas mil pessoas não tinham segurança alimentar devido à combinação de profunda pobreza, por um lado, e pela seca e os conflitos.

A UNICEF solicitou 303 milhões de dólares para financiar projectos no Burundi, na Eritreia, Etiópia, Quénia, Madagáscar, a Somália, o Uganda e o Zimbabwe.

Cerca de 80 por cento das verbas são destinadas à Etiópia, à Somália e ao Zimbabué.

Na Etiópia, a seca e as inundações culminam numa situação de pobreza crónica, falta de água potável e alta dependência numa agricultura dependente da queda de chuva.

Existem vários países nesta região – como a Somália, Madagáscar e o Zimbabué – onde a instabilidade política tem contribuído para a deterioração da estrutura física do sector público.

Tal deterioração, sublinha Sy, leva a que as mães não seja capazes de ter acesso a cuidados de saúde, as crianças não recebem os serviços essenciais de que precisam, e muitos jovens não vão à escola.

Projectos nos oito países vão centrar-se na melhoria da qualidade e quantidade da água, nos cuidados de saúde, nos sistemas sanitários e na educação.

Os 303 milhões de dólares fazem parte de um apelo mundial da UNICEF no valor de mais de mil milhões de dólares para ajudar 32 nações.

Trata-se de um aumento de 21 por cento sobre o ano anterior, devido essencialmente ao impacto sem precedente das inundações no Paquistão, do tremor de terra no Haiti e da fome na zona do Sahel.