Milhares de civis fogem aos confrontos na Costa do Marfim

  • Paulo Faria

A soldier stands guard in Maiduguri, Nigeria.

Mais de 30 mil civis fugiram aos confrontos entre apoiantes dos governos rivais na Costa do Marfim, depois de quase duas semanas de confrontos entre apoiantes do presidente cessante Laurent Gbagbo e do vencedor reconhecido internacionalmente das últimas eleições presidenciais, o antigo primeiro-ministro Alassane Ouattara.

02 MAR 2011 - Mais de 30 mil civis fugiram aos confrontos entre apoiantes dos governos rivais na Costa do Marfim, depois de quase duas semanas de confrontos entre apoiantes do presidente cessante Laurent Gbagbo e do vencedor reconhecido internacionalmente das últimas eleições presidenciais, o antigo primeiro-ministro Alassane Ouattara, residentes do bairro de Abobo, em Abidjan, afirmam-se fartos da violência.

É o caso de Arnaud Besso que disse ter deixado Abobo por causa dos confrontos e das mortes. Disse que forças de segurança fazem buscas a casas e que é uma confusão. Afirmou haver muitas pessoas mortas, não há nada para comer porque todos os mercados estão fechados e acrescentou que se houver pessoas que queiram ajudar a população de Abobo, elas serão bem-vindos.

O coordenador humanitário das Nações Unidas disse que algumas partes de Abobo estão desertas, com corpos espalhados nas ruas que deviam ser enterrados o mais rapidamente possível.

A porta-voz da agência para os refugiados das Nações Unidas, Melisa Fleming, informou que líderes religiosos lhe disseram que há perto de 60 famílias encurraladas numa igreja:

“Algumas famílias estão a ser forçadas a dar dinheiro ou bens pessoais para poderem partir. Há muitas notícias de corpos abandonados, autocarros incendiados, lojas pilhadas e jovens milicianos a atacarem pessoas dentro de suas casas.”

A escalada de tensões em Abidjan levou ao recomeço de postos de controlo a cargo de militantes de Gbagbo, não apenas em Abobo, mas também nos bairros vizinhos de Cocody, Adjame, Yopougon e Treichville.