Zimbabué: União Europeia renova as sanções contra Robert Mugabe e seus apoiantes

Apoiantes de Mugabe protestam contra as sanções

Harare considera que sanções não ajudam economia e condenam à miséria milhões de cidadãos

A União Europeia renovou as sanções contra o presidente do Zimbabué Robert Mugabe e a maioria dos membros do seu partido ZANU-PF - Frente Patriótica para a Libertação do Zimbabué - apesar do pedido da SADC para a anulação definitiva dessas sanções.

Bruxelas anulou entretanto, as sanções contra 31 pessoas do regime de Mugabe, a maioria delas esposas de personalidades políticas.

Restrições como a não atribuição de visas e o congelamento de contas bancárias da maioria dos líderes da ZANU-PF e de algumas empresas estatais vão continuar por mais um ano.

Impostas inicialmente em 2002 depois da violência que se seguiu as eleições presidenciais, essas sanções tinham por objectivo obrigar a ZANU-PF a respeitar os principios democráticos e do pluralismo político. Três anos mais tarde a União Europeia e os Estados Unidos incluíram algumas companhias estatais e privadas além de personalidades do sector privado, todos eles relacionados ao partido presidencial ZANU-PF.

O presidente sul-africano Jacob Zuma e outros líderes regionais da SADC várias vezes solicitaram a União Europeia a anulação dessas sanções, sob o pretexto de dificultarem os esforços da comunidade em resolver a crise política e económica no Zimbabué.

O analista político zimbabueano Brian Raftopoulos disse que a União Europeia não anulou por completo as sanções, por causa da recente violência contra os membros do partido Movimento para Mudança Democrática do primeiro-ministro Morgan Tsvangirai.

“O problema com certeza é que actualmente a mediação da SADC não parece estar a exercer a sua acção de forma efectiva.”

O presidente Robert Mugabe diz que as sanções têm causado a miséria de milhões de zimbabnueanos. O Zimbabue tem relações económicas com a União Europeia e os Estados Unidos e a maioria de homens de negócios zimbabueanos há muito que pediam a supressão das sanções.

O anúncio do levantamento parcial das sanções surge numa altura em que Robert Mugabe está na Ásia em tratamento médico. Mugabe disse aos seus próximos que viajava para Singapura para uma consulta pós-operatória do olho.

O porta-voz do presidente zimbabueano, George Charamba disse que Mugabe foi submetido a limpeza de cataratas num dos olhos, durante o seu descanso anual em Singapura no mês passado.