Tropas sírias prosseguem assalto a Homs

  • Paulo Faria

Rebelde sirio ferido

Activistas sírios disseram que forças governamentais prosseguem o seu assalto à cidade de Homs, tendo morto pelo menos 24 pessoas. Os bombardeamentos de hoje tiveram por alvos vários bairros da cidade onde, segundo activistas, foram mortas centenas de pessoas desde sábado passado.

Activistas sírios disseram que forças governamentais prosseguem o seu assalto à cidade de Homs, tendo morto pelo menos 24 pessoas.
Os bombardeamentos de hoje tiveram por alvos vários bairros da cidade onde, segundo activistas, foram mortas centenas de pessoas desde sábado passado.
O número de mortos causado pelos confrontos não pode ser confirmado porque a Síria restringe reportagens independentes.
Entretanto, O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse quarta-feira que a Liga Árabe pediu às Nações Unidas ajuda para enviar de volta a sua missão de observadores à Síria, onde a repressão sangrenta contra opositores do regime tem-se intensificado nos últimos dias.
Ban Ki-moon utilizou também uma linguagem dura para com a Síria, dizendo lamentar profundamente o facto do Conselho de Segurança não ter conseguido aprovar uma resolução sobre a Síria na semana passada e que isso tem tido consequências desastrosas para o povo sírio:
“Isso tem encorajado o governo sírio a aumentar a sua guerra contra o seu próprio povo. Milhares foram mortos a sangue frio, pondo em causa a reivindicação do presidente Assad de falar em nome do povo sírio. Receio que a terrível brutalidade que temos assistido em Homs, com armas pesadas disparando contra bairros civis, é um prenúncio sinistro do pior que há-se vir.”
No sábado, a Rússia e a China vetaram no Conselho de Segurança uma resolução apoiada por países árabes e ocidentais apelando por um apoio total a um plano da Liga Árabe exigindo que o presidente Assad transferisse o poder para um vice-presidente como um prelúdio para a realização de eleições multipartidárias na Síria.
Ban Ki-moon, que acaba de regressar de uma viagem ao Médio Oriente, informou ter falado na terça-feira com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil ElAraby, sobre como parar a violência e iniciar negociações políticas na Síria:
“Ele informou-me de que tenciona enviar de volta à Síria uma missão de observadores da Liga Árabe e pediu ajuda das Nações Unidas. Sugeriu que considerássemos uma missão de observadores conjunta na Síria, incluindo um enviado especial conjunto.”
A Liga Árabe suspendeu a sua missão de observadores na Síria em finais de Janeiro, depois da violência se ter intensificado. Alguns países, particularmente aqueles do Golfo Pérsico, retiraram os seus monitores.
Ban Ki-moon disse que vai consultar os 15 países do Conselho de Segurança antes de avançar com qualquer proposta sobre o assunto, mas acrescentou que as Nações Unidas estão prontas para ajudar naquilo que puderem.
Ban Ki-moon acrescentou que enquanto a violência escala, o presidente Assad continua a perder legitimidade e deve ser responsabilizado por mais de 5000 mortes que ocorreram desde que os protestos começaram em Março do ano passado.