Egipto: Polícia actua contra manifestantes no sul do país

Egipto: Polícia actua contra manifestantes no sul do país

Um morto e vários feridos, é o balanço oficial

09 Fev 2011 - No Egipto, uma nova vaga de manifestantes determinados convergiu-se na Praça na Tahrir hoje, isso enquanto começam a surgir outros movimentos espontâneos noutras zonas da cidade.

As recentes concessões feitas pelo governo parecem não ser suficientes para acalmar o jogo.

Alguns dos manifestantes deixaram a Praça Tahrir para se concentrarem em frente ao parlamento. Afirmam que não vão abandonar o combate até a resignação do presidente Hosni Mubarak e do seu governo.

Regista-se o surgimento de novos grupos de contestatários. Operários de fábricas e funcionários do governo estão a associar ao movimento exigindo aumento dos salários. O presidente Mubarak tinha decretado ontem um aumento em 15 por cento dos salários públicos. Alguns sindicatos estão também a entrar na parada, através de greves noutras regiões do país.

A reivindicação principal continua a ser a mesma – o fim do governo de Mubarak, seguido de uma real reforma constitucional, e o fim do estado de emergência, que permitiram a prisão arbitrária e torturas de várias pessoas durante cerca de 30 anos.

De acordo com as estimativas o Egipto já terá perdido 300 milhões de dólares com esta crise que acaba de entrar na sua terceira semana.

A imprensa estatal anunciou hoje que as autoridades libertaram 34 prisioneiros políticos, dentre os quais membros da proibida Irmandade Muçulmana, cuja liderança está actualmente em negociações com o governo.

O vice-presidente Omar Suleiman disse novamente ontem que o presidente Mubarak não vai abandonar o cargo. Suleiman alertou que a única alternativa ao diálogo em curso, pode ser um golpe de Estado. O vice-presidente disse por outro lado que o governo não vai tolerar os protestos prolongados na principal praça da capital, onde os manifestantes voltaram a concentrar-se aos milhares na tarde de ontem.

Confrontos entre agentes de segurança e os manifestantes provocaram a morte de uma pessoa e ferimento de um número indeterminado de outras nas regiões ao sul do país. De acordo com os últimos dados divulgados pelas Nações Unidas mais de 300 pessoas foram mortas pelas forças de segurança desde o inicio dos protestos a 25 de Janeiro.