08 Fev 2011 - Os Estados Unidos anunciaram que vão reconhecer o Sudão do Sul como o mais novo país do mundo.
O anúncio do governo americano teve lugar horas depois da publicação em Karthoum dos resultados oficiais do referendo que ditou a independência dessa região até aqui parte do Sudão.
Cerca de 99 por cento dos eleitores votaram a favor da independência. Os resultados preliminares até aqui conhecidos, foram confirmados ontem pela Comissão do Referendo do Sudão do Sul. Mohamed Ibrahim Khalil é presidente desse órgão eleitoral.
"De acordo com os resultados, mais de 90 por cento dos votos foram a favor da secessão."
O anúncio dos resultados foi motivo de celebrações na cidade de Juba, capital da região do Sudão do Sul. Gabriel Majak é um jovem do Sudão do Sul.
“Eu nasci durante a crise e a partir de hoje estou muito feliz. Vou repousar as armas e irei a escola… estudar como no resto dos países africanos, como no Uganda, no Quénia ou noutros mais. Estamos felizes. É esse o momento que estávamos a espera.”
Num comunicado da Casa Branca o presidente americano Barack Obama felicitou o povo do Sudão do Sul pelo que qualificou como “um referendo inspirador e bem sucedido”. O presidente Obama disse ser mais “um outro passo, na longa caminhada pela justiça e democracia em África”.
A directora do Departamento África do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, Jennifer Cooker disse no entanto que o governo do Sudão tem pela frente um grande desafio.
“Ainda faltam seis meses para a independência e existem ainda uma série de questões que deverão ser analisadas com a região do Norte durante este período interino – negociações sobre a partilha dos recursos petrolíferos, da divida externa e mais. Tudo isso precisa ainda de ser debatido antes da independência a ter lugar a 9 de Julho.”
A administração Obama anunciou ontem o inicio do processo para a retirada do Sudão da lista de países considerados de terroristas ou apoiantes do terrorismo. A Secretária do Estado, Hillary Clinton disse que a designação será anulada assim que o Sudão se adaptar aos critérios legais em relação aos Estados Unidos, nomeadamente o compromisso em não apoiar o terrorismo nos próximos seis meses e fazer com que isso jamais aconteça no futuro.