08 Fev 2011 - No Egipto continua o impasse político, com os manifestantes que ergueram tendas na Praça Tahrir a afirmarem que estão prontos a manter a batalha, isso enquanto a vida parece regressar a normalidade.
Muitos até acreditam que o governo está em vias de ganhar a luta, com o recente anúncio de aumento salarial.
Os manifestantes disseram esta Terça-feira que estavam prontos para trazer mais pessoas a Praça Tahrir com vista a pressionar até a resignação do presidente Hosni Mubarak.
Muitos dos presentes desejam o retorno a normalidade, ao mesmo tempo que reconhecem que a situação pode durar ainda por longo tempo.
O governo parece ter ganho algum tempo através de algumas concessões políticas. Foi anunciado o aumento dos salários e das pensões de reforma do sector público.
A televisão Al-Jazeera noticiou hoje que o primeiro-ministro Amed Shafiq foi impedido de aceder ao seu gabinete por milhares de manifestantes que concentraram-se diante da sede do governo e do parlamento.
O presidente Mubarak exigiu ontem a formação de uma comissão para investigar as violências da Quarta-feira passada na Praça Tahrir, que marcaram as confrontações entre os seus apoaintes e aqueles que pedem a sua demissão.
O vice-presidente Omar Suleimane disse hoje que o presidente já assinou o decreto de criação da comissão de reforma constitucional, e de um comité para a sua implementação. As reformas visam aligeirar o processo de candidatura as eleições presidenciais, assim como devem impor o limite de mandatos.
O jornal alemão Spiegel na internet indicava que o presidente Mubarak poderá viajar para Alemanha onde será submetido a uma avaliação médica de longa temporada. O jornal que cita fontes de uma clínica alemã, adiantou que discussões preparatórias estavam em curso.
Entretanto a Agencia Francesa de Noticias difundia por seu lado que o governo alemão ainda não tinha o conhecimento oficial do pedido de estadia para tratamento do presidente egípcio.
As autoridades egípcias anunciaram entretanto a redução do tempo do recolher obrigatório nas cidades de Cairo, Alexandria e Suez. O novo decreto impõe o recolher das oito da noite até as 6 da manha, em vez do anterior que estipulava o fim da circulação entre as 7 da noite e as 6 horas do dia seguinte.
No final do dia de hoje milhares de manifestantes rumaram-se pela primeira vez em direcção a Praça Tahrir a fim de associarem aos protestos.
Uma grande concentração em massa está prevista para Sexta-feira.