As agências internacionais estão a apelar ao termo da mutilação genital feminina, que anualmente ameaça cerca de três milhões de raparigas na África, na Ásia, no Médio Oriente e em alguns países ocidentais.
Cerca de 100 a 140 milhões de raparigas e mulheres vivem a nível mundial com as consequências da circuncisão feminina, em que os órgãos sexuais externos femininos são parcial ou totalmente removidos.
O procedimento, também conhecido por mutilação genital feminina, é efectuado em raparigas desde a infância aos 15 anos de idade. Os grupos que se opõem a esta prática sustentam não existir quaisquer benefícios sanitários para as raparigas e as mulheres e podem causar extensa perda de sangue bem como outras complicações sérias físicas e psicológicas para toda a vida.
Esta prática continua essencialmente em 28 nações africanas.
A directora da Comissão Inter Africana para as Praticas Tradicionais que Afectam a Saúde das Mulheres e das Crianças, Berhane- Ras Work, classifica a de tortura a mutilação genital feminina.
Refere ela que a prática persiste por se encontrar profundamente radicada na tradição. O sistema patriarcal é apoiado pela comunidade e mesmo pelas mulheres apesar do sofrimento e a dor que acarretam.
A Organização Internacional das Migrações considera que a circuncisão feminina está a alastrar com a migração global. A prática é agora uma realidade em muitas comunidades de imigrantes em países Europeus, na América do Norte, na Austrália e na Nova Zelândia.
No entanto têm sido feitos progressos na eliminação desta prática.
Vinte nações africanas têm agora legislação contra a circuncisão feminina, e os dados apresentam uma queda de prevalência na ordem dos 50 por cento em oito nações.
A Organização Mundial de Saúde - OMS - está a fazer campanha para o fim da denominada prática médica da mutilação genital, ou seja a realização destas operações em centros de saúde de alguns países africanos e ocidentais.
A OMS considera que esta tendência vá promover e ajudar a continuar a pratica da circuncisão feminina.