Operações levadas a cabo pela Sonangol em nome do governo poderão explicar a discrepância de 32 mil milhões de dólares detectadas nas contas do governo angolano pelo Fundo Monetário Internacional, o FMI.
Num comunicado o FMI disse que as autoridades angolanas estão a investigar o “avultado saldo residual” observado nas contas orçamentais de 2007-2010.
Essa discrepância tinha sido anteriormente avaliada em 32 mil milhões de dólares e recentemente uma organização de direitos humanos tinha pedido para se continuar a pressionar o governo angolano para explicar o desaparecimento dessa quantia.
O governo angolano desmentiu que tal tivesse ocorrido e o FMI disse na semana passada que tinha havido uma “ má interpretação” desse relatório.
O líder de uma missão do fundo que acaba de terminar uma visita a Luanda, Mauro Mecagni, disse na altura que falar de resíduos não explicados é muito diferente deo que falar de “recursos financeiros desaparecidos”.
Agora no comunicado para assinalar o fim da sua viagem a Angola, Mecagni disse que enquanto o governo angolano prossegue as suas investigações “os dados preliminares indicam que as operações quase fiscais realizadas pela estatal petrolífera em nome do governo, financiadas a partir das receitas petrolíferas mas não registadas nas contas orçamentais, podem explicar grande parte da discrepância”.
Uma análise “mais profunda”, disse, será realizada ainda este ano.
O comunicado disse que o governo angolano tomou “medidas importantes para garantir que as receitas do petróleo sejam transferidas para o tesouro de forma prevísivel e atempada”.
O documento salienta a este respeito um decreto que determina a eliminação gradual das operações quase fiscais da Sonangol em 2012.
Mecagni esteve em Luanda para conduzir a última avaliação ao abrigo do chamado acordo de Stand By que prevê um funancimento no montante de 1.400 milhões de dólares dos quais já foram desembolsados 1.200 milhões.
O comunicado considera que as perspectivas macro económicas para Angola em2012 são favoràveis, mas a volatilidade do preço do petróleo requer precauções.
O comunicado diz ainda que o Produto Interno Bruto angolano deve ter crescido 3,4% em 2011 e ainflação deve ter recuado para 11,4% no fim do ano.
Investigação "mais profunda" ainda este ano