18 Jan 2011 - Taiwan testou vários mísseis, imediatamente antes da deslocação do presidente chinês aos Estados Unidos. Embora a administração da ilha tenha estado a trabalhar, nos últimos dois anos, no sentido de melhorar o relacionamento com Pequim, os testes são vistos como sendo uma declaração política.
Dezassete mísseis foram disparados de uma base da força aérea situada na costa sul de Taiwan tendo presenciado o exercício o presidente Ying-jeou. Pelo menos cinco dos mísseis atingiram os alvos, desapontando o presidente, mas uma fonte do sector da defesa indicou tratar-se de uma percentagem normal.
Os testes foram realizados no dia em que o presidente chinês Hu Jintao iniciava uma visita de estado aos Estados Unidos, e seguiram-se às experiencias de um aparelho chinês alegadamente com tecnologia avançada.
Para além disso, Taipei tinha renovado recentemente, a Washington, o pedido de aquisição de novos caças F 16.
Hsu Young-ming é um cientista político em Taipei.
Referiu ele que na altura em que Taiwan se prepara para a corrida presidencial, tem de solicitar aos Estados Unidos a aquisição dos F16, em particular após a China ter experimentado um aparelho que tem a potencialidade de obter superioridade aérea sobre a ilha. Referiu ainda que se trata de uma decisão importante e não simples coincidência ter realizado os testes com mísseis.
Pequim reclama a soberania sobre Taiwan, que tem sido auto governada desde 1949. Nos últimos dois anos o presidente Ma tem procurado melhorar o relacionamento com Pequim, através de uma série de acordos alargando as trocas comerciais e o turismo através do estreito de Taiwan.
Tal no entanto tem enfurecido muitos eleitores taiwaneses que não favorecem um maior relacionamento com a China, e muitos analistas políticos esperam que Ma procure ser re eleito no próximo ano.
Taiwan tem solicitado aos Estados Unidos desde 2007 novos caças F 16 para ajudar a defender a ilha do poder militar chinês, sendo de salientar que responsáveis americanos se manifestam abertos à venda de armamento avançado a Taiwan.
Washington, no entanto, deseja ter um relacionamento com o poderio económico chinês, que protesta sempre que são aprovadas novas vendas de armas a Taiwan.
Os chineses cancelaram as trocas militares e manifestaram a sua reprovação durante semanas após os Estados Unidos terem aprovado, há um ano atrás, um acordo com Taiwan de venda de armamento no valor superior a seis mil milhões de dólares.