Em Moçambique, segundo disse à VOA o analista politico Fernando Lima, o arrastar das conversações entre o Governo e a Renamo faz parte das estratégias das duas partes.
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O analista e presidente do Conselho de Administração da MediaCoop, proprietária do jornal Savana, Lima é da opinião de que o diálogo político entre o Governo e a Renamo está esgotado porque há já bastante tempo que não há avanços, mas diz que no início houve algo de positivo, nomeadamente, o pacote eleitoral e o acordo sobre a cessação das hostilidades.
Mas depois disso, o diálogo nunca mais avançou, e Fernando Lima considera que este fórum está esgotado e sublinha que uma vez que as questões militares podem ser resolvidas entre o Presidente Filipe Nyusi e o líder da Renamo os assuntos ligados à despartidarização do aparelho de estado podem, claramente, passar para o Parlamento porque não dizem respeito apenas ao Executivo mas a toda a sociedade moçambicana.
Para Fernando Lima, as delegações do Governo e da Renamo ao diálogo politico no Centro de Conferências Joaquim Chissano não têm mandato suficiente para fechar determinados "dossiers", pelo que "há que haver vontade política para resolverem as questões".
"Quanto à questão da despartidarização do Estado, o Governo, dirigido pelo partido Frelimo, não se mexeu um centímetro e, quanto a mim, há, claramente, muitas opções que poderiam ser encontradas para se arranjar uma solução conciliatória em relação à separação entre partidos políticos e Estado, questões de trabalho político-partidário e trabalho no Estado", concluiu.