Horas depois do Conselho Superior de Defesa Nacional da Guiné-Bissau ter dado luz verde ao Presidente José Mário Vaz para autorizar uma força conjunta a instalar o Governo de Faustino Imbali empossado na semana passado, o primeiro-ministro demitido Aristides Gomes reforçou a segurança em torno do Palácio do Governo.
"Esta manhã, tendo em conta as ameaças proferidas contra o Comissário Nacional da Polícia de Ordem e Comandante Geral da Guarda Nacional na reunião do Conselho Superior da Defesa Nacional no sentido de cumprirem os dois pretensos decretos presidenciais do candidato às eleições Dr. José Mário Vaz, onde este tenta demitir o Governo legítimo da Guiné-Bissau, demos instruções para aumentar o dispositivo de segurança em todas as instituições governamentais, sobretudo no Palácio do Governo, como medida de precaução", escreveu Gomes na sua página no Facebook, que reuniu hoje outra vez o Conselho de Ministros.
Desde as primeiras horas desta quarta-feira, 6, a sede do Executivo teve a segrança reforçada por membros do Ministério do Interior e da força da CEDEAO, a Ecomib.
Em comunicado divulgado hoje pela Presidência da República, depois de dois dias de reuniões, o Conselho Superior de Defesa Nacional recomendou ao Presidente guineense, José Mário Vaz, que instrua "a força conjunta para facilitar a entrada dos membros do Governo de Faustino Imbali nos departamentos governamentais”.
Em plena campanha para a eleição presidencial de 24 de Novembro, o país vive momentos de tensão com dois Executivos na prática.
O Governo do PAIGC, liderado por Aristides Gomes, recebeu o apoio do Conselho de Segurança das Nações Unidas, da CEDEAO, da União Africana, da CPLP e de vários países, entre os quais os Estados Unidos.
O Presidente José Mário Vaz, por seu lado, justificou a demissão de Gomes por “falta de confiança” e disse que a decisão “é irreversível”.