Malanje celebra quinta-feira os seus 93 anos como cidade mas quaisquer festejos serão ensombrados pelos numerosos problemas que se arratam há anos e parecem não ter solução.
Com efeito a Vila Malanje foi a categoria cidade a 13 de Fevereiro de 1932, na então província ultramarina de Portugal.
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Aos 93 anos Malanje padece de vários males - 3:08
Hoje, aos 93 anos, os velhos problemas persistem, como as estradas de acesso aos bairros e as zonas rurais, energia eléctrica e água canalizada, sem descorar o défice de infraestruturas escolares, centros e postos de saúde e mercados em condições.
As ravinas fazem parte da arquitectura da cidade de Malanje, o bairro Cangambo Ocidental, por exemplo que emergiu em 2009 após o conflito pós-eleitoral, nesta altura com mais de três mil habitantes, as estradas de acesso ao seu interior estão entre os obstáculos para o desenvolvimento da zona.
Acácio Gonçalves da comissão de moradores de Cangombo Ocidental
Acácio Gonçalves, Coordenador da Comissão de Moradores, afirma que “este mesmo bairro não tem escola pública, não tem centro de saúde, os alunos, se repararem bem, temos uma única entrada para os pedestres que faz a ligação do bairro ao centro da cidade que está em péssimas condições”, lamentou.
Eva Fonseca, outra moradora da periferia desta cidade em festa, diz que o fornecimento de água para muitos munícipes ainda é precário.
Fonte de água no bairro Cangambo Malanje
“Nós tiramos água numa fonte, aqui atrás, onde tiramos água de consumo quase para tudo, é uma água que nos trás muitas doenças. Então, estamos agastados com isso, queremos que o governo faça alguma coisa por nós”, exigiu.
Malanje é detentora de duas centrais hidroeléctricas: Capanda e Laúca, mas a escuridão toma conta de várias áreas da capital provincial. Os vendedores do mercado Cahala são assaltados todos os dias, garante o soba da zona 8 do bairro Cahala, Moisés João.
“Alguma coisa que eu quero é iluminação, iluminação, aqui é barragem, porque quando toca 18 horas essas mamãs passam mal. Aqui tem bandido, os filhos deles vêm lhe assaltar o dinheiro aqui. Quero iluminação”, reclamou.
Há mais de 10 anos que se espera pela conclusão da marginal de Malanje que iniciou com o desassoreamento do rio com o mesmo nome, a obra está paralisada e desconhece-se a data provável do seu terno.
O administrador municipal de Malanje, Mário Machado, que reconhece as dificuldades que enfrentam os munícipes, ora repartidos com o novo município do Quéssua, diz que há acções em carteira para melhorar o bem-estar.
Mario Machado administrador municipal de Malanje
"Já está lançado o projecto relactivamente a água a extensão da água para aquela população e um pouco mais para baixo, eu penso que o facto das chuvas terminarem um bocado tarde teria sido uma das condicionantes”, justificou.
Dezenas de famílias desalojadas pelas chuvas é outro desafio de Malanje que celebra 93 anos de existência.