Em Moçambique, reina uma enorme expectativa em torno do anúncio da validaçao e proclamaçao, amanhã, 30, pelo Conselho Constitucional, dos resultados das eleições presidenciais e legislativas de 15 de Outubro passado, bastante contestados pela oposição, que alega fraude durante o processo de votação.
O anúncio da proclamação dos resultados eleitorais vai por termo a um longo período de espera.
O bispo auxiliar de Maputo, Dom Carlos Nunes, disse à VOA que os moçambicanos estão a viver este momento com muita expectativa e questiona se todos os intervenientes estarão preparados "para que de forma pacífica e responsável assumam aquilo que foi a vontade pública" expressa nas urnas.
Na sua opinião, este processo exige uma preparação para que, de forma tranquila, "aceitemos aquilo que foi a vontade de todos".
Para o secretário-geral do Conselho Cristão de Moçambique Marcos Macamo, é fundamental que os moçambicanos tenham capacidade para gerir aquilo que vier depois destas eleições, "e tirarmos as ilações necessárias, de modo a que haja, de novo, o espírito de moçambicanidade".
Por seu turno, o arquitecto e analista político Tomás Rondinho considera que um dos aspectos importantes destas eleições, independentemente de quem seja o vencedor, é o facto de que, pela primeira vez, Moçambique terá um Parlamento mais equilibrado, o que irá possibilitar um debate mais abrangente sobre os problemas do País.
Rondinho não antevê um desfecho violento deste processo, porque, segundo disse, vai prevalecer o espírito de diálogo.
De referir que o anúncio da validação das eleições vai ser num acto aberto ao público, que terá lugar no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, onde tem decorrido o diálogo entre o Governo de Moçambique e a Renamo.