O militante do MPLA António Venâncio, que anunciou a intenção de se candidatar à presidência do MPLA, partido no poder em Angola, entregou ao Tribunal Constitucional (TC) uma providência cautelar a solicitar a interdição do VIII Congresso, marcado para 9 a 11 de Dezembro.
O advogado Sérgio Raimundo confirmou à VOA nesta quinta-feira, 2, ter dado “entrada a um expediente no Tribunal Constitucional” a pedido de Venâncio que contratou os seus serviços, sem dar mais detalhes por não poder legalmente pronunciar-se sobre um caso em que está envolvido.
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Em declarações anteriores à VOA, António Venâncio disse ter sido alvo de “bloqueios” na campanha de angariação das duas mil assinaturas exigidas para a formalização da sua candidatura, mas acredita que terá "uma resposta positiva".
A candidatura que não chegou a ser formalizada e o recurso ao TC provocou reacções.
O jurista Petro Capracata diz que António Venâncio pode ser usado pelo seu próprio partido para passar a ideia de que os seus actos podem ser contestados, sem incorrer em qualquer sanção.
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Entretanto, Capracata manifesta-se duvidoso de que “uma eventual decisão do Tribunal Constitucional venha a favorecer o engenheiro António Venâncio no sentido do adiamento do congresso”.
“O resultado da sua luta é nulo”, garante.
O advogado Salvador Freire também diz ser difícil que o processo de impugnação venha a ter algum efeito junto do TC, que, no entanto, deve dar a este caso a mesma importância que deu ao processo relativo à UNITA.
“Não pode haver dois pesos e duas medidas”, afirma o jurista.
Por seu lado, o deputado do MPLA João Pinto considera “estranha e absurda” a intenção de António Venâncio afirmando que o militante nem sequer tem requisitos para se candidatar à liderança do partido.
João Pinto acusa o pré-candidato de “pretender criar facto político e um ambiente de suspeição e crispaçãono seio do MPLA”.
“O MPLA é um partido organizado que estruturas e órgãos e tudo que se faz passa pela Comissão de Disciplina e Auditoria”, conclui.
O partido no poder já confirmou que o actual presidente João Lourenço é o único candidato à liderança depois de ter formalizado o seu processo com mais de 21 mil assinaturas.