No rescaldo das eleições, o antigo secretário-geral e histórico dirigente da FNLA Alberto Mavinga sugere o "descanso" de Lucas Ngonda, cujo partido conseguiu apenas um deputado nas eleições do passado dia 23 e aponta o congresso do próximo ano como oportunidade para o abandono da liderança do partido.
Mavinga diz que a gestão egocêntrica de Ngonda prejudicou a FNLA.
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Os últimos 15 anos deixaram marcas que explicam a insatisfação de um histórico com mais de 40 anos de casa.
“Chamei à atenção, enquanto secretário-geral, porque a forma de condução acabaria com o que se passou no Tribunal Constitucional, onde não tínhamos as assinaturas em dia. A direcção é unipessoal e egocêntrica. Ele é presidente desde 1999, altura em que encontrou cinco deputados, número que baixou para três e depois dois. Agora temos um, por isso não posso estar satisfeito’’, explica Mavinga.
A estratégia para mudança, há muito delineada, refere que será cumprida uma decisão tomada pelo Tribunal Constitucional e acusa o presidente do partido de os ter enganado.
“Fomos enganados pelo irmão Lucas Ngonda, mas já não aceitamos isso. Como a direcção dele é reconhecida no Tribunal Constitucional, vamos levar o mandato até ao fim, para depois renovarmos tudo’’, assinala o político.
Domingos Fastudo, representante em Benguela da chamada “ala de Ngola Kabangu”, diz ter a solução para o futuro, afastado que está o espectro de extinção do partido.
“A FNLA, enquanto instituição, deve estar acima de todos. Ele (Ngonda) não deve ter receio, se diz que tem popularidade deve marcar presença no congresso que vai eleger o presidente de todos, até pode ser ele mesmo’’, refere Fastudo.
Apesar das várias tentativas, a VOA não conseguiu obter a versão do presidente do partido Lucas Ngonda.
Quando, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE),estão escrutinados mais de sete milhões de votos, a FNLA tem uma percentagem de 0,91, cifra que garante um lugar na Assembleia Nacional.
A oposição rejeita os números da CNE.