A antiga presidente do Conselho de Administração do Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA) de Moçambique disse nesta quarta-feira, 13, em Maputo, estar convencida de não ter feito nada de errado, no tribunal onde desde ontem está a ser julgada com mais 27 pessoas.
Elas são acusadas de desvio de 2,7 milhões de dólares de um fundo que deveria servir para o desenvolvimento da agricultura, mas que acabaram, segundo o Ministério Público, no bolso deste grupo, através de esquemas diversos.
A acusação aponta Setina Titose como a cabecilha do grupo, mas ela reitera a sua inocência no caso.
No segundo dia do julgamento apenas Titose foi ouvida pelo colectivo de juízes durante cinco horas.
Este é o segundo julgamento que leva ao banco dos réus dirigentes públicos, neste ano, incluindo o antigo ministro da Justiça.
O que para uns parece ser um sinal claro de que a justiça está a emitir mensagens contra a corrupção no Estado, Nelson Changwine, analista moçambicano, e professor associado na Universidade sul-africana de Wits, não é necessariamente assim.
"Na verdade, não se pode dizer que não se está a fazer nada para travar a corrupção, porém, o problema é que as coisas estão a acontecer de forma casuística", disse o analista.
Para Changwine, o problema de fundo prende-se com a falta de uma estratégia clara de combate a corrupção no país.