Em São Tomé e Príncipe, o aumento da onda de protestos contra o abuso sexual de menores, depois do Hospital Ayres de Menezes não ter realizado exames a uma criança alegadamente violada pelo seu padrasto, levou a própria ministra da Justiça, Ivete Lima, a levar a menor àquela estrutura de saíde.
O buzinão de vários dias organizado pela Plataforma da Sociedade Civil Contra o Abuso Sexual de Menores terá acordado a Ministra da Justiça, enquanto activistas de associações de defesa dos direitos humanos dizem haver governantes e dirigentes que são abusadores.
“Eu enquanto mulher, mãe e avó levei a menina e a sua tia ao hospital. A criança já foi examinada e o relatório médico será submetido brevemente ao Ministério Público para os devidos procedimentos”, garantiu a governante que, mais uma vez, manifestou preocupação com o aumento dos casos de abuso sexual de menores no país e prometeu criar condições para que este crime seja devidamente punido.
“Vamos formar médicos legistas porque o país não tem nenhum especialista nesta matéria e muito brevemente teremos um gabinete no Hospital Ayres de Menezes para o atendimento exclusivo de casos de violação sexual de menores”, concluiu Ivete Lima.
Com a onda de manifestações contra o abuso sexual de menores a crescer no país, o ministro da Solidariedade e Família, Adlander Matos, também deu a cara afirmando que tem tomado medidas de apoio às vítimas do crime.
“Nós temos feito o acompanhamento psicológico desta vítima e também de outras. Neste momento temos mais de 20 crianças seguidas pelas nossas instituições de apoio às crianças em situação de risco”, afirmou Matos.
Activistas avisam, no entanto, avisam que não vão parar de buzinar nas ruas, enquanto não forem adoptadas medidas duras nos casos de abuso sexual de crianças.
A activista e antiga bastonária da Ordem dos Advogados, Celiza de Deus Lima, acusa o Governo de hipocrisia no que toca ao combate do abuso sexual de menores.
“O Governo só fala, mas na prática não faz nada. E sabem porquê? ... Porque nós temos dirigentes e governantes que são abusadores”, denunciou Celiza de Deus Lima.
Recorde-se que no passado dia 17, membros da Plataforma da Sociedade Civil São-tomense Contra os Abusos Sexuais de Crianças protestaram a recusa do hospital em examinar a criança alegadamente abusada.
O caso foi denunciado por uma tia, que acusou a mãe da menor de estar a proteger o padrasto, seu companheiro, à troco de mesadas.