Angola vai recorrer da decisão de tribunal de descongelar fundos da Quantum Global

Londres onde decorre a batalha juridica entre a Quantum Global e o Fundo Soberano de Angola

Bastos de Morais diz estar pronto para "resolução negociada" com Fundo Soberano de Angola

Os advogados do Fundo Soberano de Angola vão recorrer da decisão de um tribunal inglês de descongelar milhares de milhões de dólares da companhia Quantum Global, antiga associada do FSDA.

O apelo deverá ser ouvido no próximo dia 10.

O dirigente da Quantum Global, Jean-Claude Bastos de Morais saudou a decisão do tribunal e reafirmou estar a disposto a chegar a um acordo com o fundo sobre os acordos de investimento que foram cancelados pelas autoridades angolanas apos o afastamento de Filomeno dos Santos da direcção do fundo.

Jean-Claude Bastos de Morais empresário suíço-angolano

Bastos de Morais disse estar “satisfeito que o juiz tenha retirado a ordem de congelamento”.

“Sempre acreditei que a verdade e os factos sobre o nosso trabalho com o fundo angolano seriam divulgados”, disse Bastos de Morais numa declaração em que acrescentou que a ordem de congelamento tinha afectado os projectos de investimento da organização e ainda causado “sérias dificuldades aos nossos funcionários em Angola, Ilhas Maurícias e Suíça, já que muitos deles não são pagos há meses”.

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“Continuo aberto a uma resolução negociada para a nossa disputa para que possamos continuar a contribuir para o crescimento económico e prosperidade de Angola e África”, acrescentou.

A declaração não deu pormenores sobre que possível solução “negociada” Bastos de Morais tem em perspectiva.

A Quantum Global era a companhia encarregue de investir milhares de milhões de dólares do Fundo Soberano de Angola quando este era administrado por Filomeno dos Santos, filho do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.

O novo governo de João Lourenço suspendeu esses acordos e pediu aos governos da Inglaterra, Suíça e Maurícias para congelar as contas da Quantum Global.

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A Quantum Global está também envolvida em acções em tribunal nas Maurícias, onde as autoridades congelaram contas de diversas empresas de investimento que lhe pertencem.

A empresa de Bastos de Morais quer também que um tribunal revogue a decisão das autoridades mauricianas de suspenderem as licenças de operação daquelas empresas.

Ao dar a ordem de descongelamento o juiz inglês disse que no pedido de congelamento tinha havido “violações do dever de revelar” todos os pormenores do caso e essas violações foram “substanciais” e “culpáveis”.

O juiz disse que “tendo em conta “o tamanho da ordem de congelamento e as alegações de desonestidade a serem feitas, era dever dos queixosos e dos seus conselheiros legais fazerem uma investigação completa dos elementos centrais do seu caso se quisessem continuar com a ordem”.

“Revelações apropriadas teriam dado uma visão diferente ao pedido”, acrescentou o juiz .

Advogados de Filomeno dos Santos em Inglaterra recusaram-se a comentar o caso mas reiteraram que vão contestar vigorosamente quaisquer alegações que sejam feitas contra ele.

“Continuaremos a tomar todas as medidas necessárias para manter a posição legal do nosso cliente e defender a sua reputação”, disse a declaração dos advogados de Filomeno dos Santos citada pela agência Reuters.