Angola vai continuar a ser um dos países que mais gasta em África em Defesa nos próximos anos, sendo a Rússia e a China quem mais vão beneficiar desses gastos, revela a companhia de análise económica e industrial GlobalData.
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A consultora afirma que o orçamento de defesa de Angola deverá aumentar de 900 milhões de dólares em 2021 para 1,9 mil milhões em 2026, com uma taxa composta de crescimento anual de 3,2%, o que “mantém Angola como um dos países em África que mais gasta com a Defesa”.
“Isto resultará em gastos cumulativos de Defesa e Segurança nos próximos cinco anos de 8,5 mil milhões de dólares, alimentados pela modernização dos seus sistemas de defesa ultrapassados e o financiamento de programas de aquisição de equipamento (“hardware”), diz o documento a que a VOA teve acesso.
Harry Boneham, analista da GlobalData, diz numa declaração que “aumentos na segurança de fronteiras, a vulnerabilidade de infraestruturas essenciais e geo-políticas regionais estão a actuar como catalizadores no crescimento dos gastos de Defesa em Angola”.
Para além disso, continua aquele analista, a costa marítima de 1.600 quilómetros “permanece susceptível a ataques de piratas”, e assegura que a dependência de Angola “em armas estrangeiras continuará no próximo futuro”.
No período entre 2015 e 2019, 68,3 por cento das importações de armas foram de origem russa e Angola tem estado dependente de Moscovo para equipamento de grande envergadura “como os aviões de combate Su-30 Mki”, acrescenta Boneham.
Embora a relação entre Angola e a Rússia seja de longa data, “a crescente influência da China em África está a pôr em causa essa dinâmica”, afirma Boneham, fazendo notar a este respeito que a Pequim tem estado a expandir as suas relações no negócio de armas com África, “e Angola não é excepção tendo (a China) recentemente fornecido ao país 12 aviões d treino K-8”.