Angola: Testemunha nega versão policial sobre morte de activista da CASA-CE

Cheias em Moçambique. Janeiro 2015

Ganga não violou perímetro de segurança da presidência, diz um seu companheiro. Activista foi morto "com dois tiros"

A Polícia Nacional de Angola, através do seu porta-voz Aristófanes dos Santos, confirmou que o dirigente da CASA-CA Manuel Hilberto Ganga foi morto pela Guarda Presidencial.

Dos Santos disse Ganga e um grupo que o acompanha tinha tentado fugir quando os agentes o surpreenderam afixando cartazes que denunciavam a morte dos activistas Isaías Kassule e Alves Kamulingue.

Um colega de Ganga tem uma versão diferente e diz que os cartazes não estavam a ser afixados no perímetro da Presidência da República.


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Testemunha nega versão policial sobre morte de militante da CASA - 3:15



Rodrigues José, um dos elementos da CASA-CE também detido e que integrava o grupo disse que afixava cartazes com imagens de Isaías Cassule e Alves Kamolingue na zona dos Coqueiros, na baixa de Luanda e não do perímetro de segurança da Presidência da República.

Em declarações à Voz da América, disse que Manuel Hilberto Ganga foi abatido com dois tiros, enquanto os demais foram detidos pela Unidade da Guarda Presidencial.

“Como nós vamos passar o limite de segurança?” interrogou acrescentando ainda que “ nós fomos tirados nos Coqueiros até dentro da cidade alta onde o ganga foi fuzilado com dois tiros” acrescentou

Dois dias depois da morte, amigos e colegas de Manuel Hilberto Ganga lamentam a atitude da Guarda Presidencial.

António Vigário, amigo Ganga, recordou as qualidades do activista recordando-o como “um individuou sempre disposto, um autentico companheiro e tinha consigo angolanidade profunda”.

“Da que não se furtou desta actividade que visava reclamar o desaparecimento de dois angolanos e acabou por ser fuzilado pela guarda presidencial” lamentou.

Numa nota divulgada esta manha, o Conselho Presidencial CASA-CE, em honra à memoria de Manuel Hilberto Ganga, apela a todos os órgãos da coligação, no país e no estrangeiro, a manterem um período de luto de sete dias, com a bandeira a meia haste.

A Voz da América tentou ouvir a família sobre o sucedido mas a mesma negou prestar qualquer declaração remetendo-nos para a direcção da CASA-CE.