Angola: Suspensa greve de trabalhadores aeronáuticos e dos Aeroportos

Aeroporto 4 de Fevereiro, Luanda, Angola, 15 Dezembro 2014

Sindicato e empresa chegaram a um novo acordo horas depois do início da paralisação

O Sindicato Nacional Independente dos Trabalhadores Aeronáuticos e dos Aeroportos (SNITAA) e o Conselho da Administração da Empresa Nacional de Navegação Aérea (ENNA-EP) decidiram nesta quarta-feira, 4, suspender a greve dos trabalhadores horas depois de a mesma ter iniciado.

O presidente do SNITAA disse à VOA que a decisão resultou de um acordo assinado entre as partes ao abrigo do qual a direcção da ENNA-EP se compromete a satisfazer as exigências dos trabalhadores, que remontam a Maio de 2022.

Sebastião de Lemos advertiu, entretanto, que a greve pode ser retomada se a entidade empregadora não cumprir o que foi acordado.

“Vamos estabelecer um cronograma de execução e se a empresa cumprir dentro dos prazos acordados cancelamos. Caso não, a retoma”, assegurou.

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O sindicalista disse que com a paralisação da actividade da ENNA estava em risco a assistência aos voos com partida na capital angolana, embora estivessem salvaguardados os que tivessem Luanda como destino ou escala e os que estivessem ao serviço do Estado, das Forças Armadas e das emergências médicas.

A greve por tempo indeterminado deveu-se à falta de cumprimento de um caderno reivindicativo de cinco pontos por parte da empresa, segundo o sindicato, com destaque para as condições sociais e de trabalho e para um reajuste salarial na ordem de 68%.

Numa primeira reacção ao anúncio da greve, a direcção da ENNA considerou “infundadas” as razões da greve sob o argumento de que o acordo assinado entre as partes, em Agosto de 2022, estava a ser cumprido.

"As razões pelas quais a declaração de greve se fundamenta mostram-se infundadas, na medida em que o processo negocial entre as partes decorreu sob mediação da Inspeção-Geral do Trabalho (IGT) e deu lugar a um acordo assinado entre as partes em 11 de agosto de 2022, cujo cumprimento vem sendo observado", refere a ENNA.

A greve tinha iniciado no primeiro minuto de hoje.