Um relatório sobre o desempenho dos órgãos públicos de informação, Jornal de Angola, TPA e TV Zimbo, produzido pelo Movimento Cívico Mudei, conclui que as aludidas empresas alinharam-se à estratégia de propaganda e marketing a favor do partido no poder em Angola em detrimento das demais forças políticas durante o período eleitoral.
De acordo com a análise apresentada, houve uma inequívoca parcialidade e falta de espaço para o contraditório, obedecendo a uma agenda clara e executada sem sofisticação para promover os actos do governo e o partido que o suporta com violações graves à constituição e à lei de imprensa a que estão sujeitas.
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O estudo destaca o tempo dado nas duas televisões e o espaço concedido no único diário ao MPLA, no poder, em detrimento dos demais partidos políticos durante a recente campanha eleitoral como grandes atropelos ao Estado democrático e de direito que se pretende no país.
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Carlos Figueiredo, do Movimento Cívico Mudei, mostra que o quadro é preocupante.
“É importante realçar que isto não se trata apenas de uma questão de autores partidários, é também as realizações da academia,, de organizações da sociedade, que são normalmente não cobertas ou quando são cobertas é porque elogiam ou porque são iniciativas do Governo”, diz
O estudo que já recolheu 28 mil assinaturas esteve na base de uma queixa entregue recentemente ao tribunal.
Veja Também Eleições Angola: "Isto está tudo amarrado", Luaty BeirãoFigueiredo explica que esta é uma iniciativa que deve unir todos já que, segundo ele, está em causa o país.
“Porque é muito pobre para o país ter uma imprensa pública e controlada pelo Estado a fazer um serviço tão pobre que afecta o processo político, mas afecta também o desenvolvimento da sociedade a possibilidade de haver mais criatividade troca de ideias e participação. Esta é uma iniciativa que iniciamos e que pretendemos continuar e aprofundar”, conclui.
O Movimento Cívico Mudei está igualmente envolvido na campanha pela verdade eleitoral, iniciada desde a publicação dos resultados eleitorais definitivos pela CNE que dão vitória ao MPLA com 51,17 por cento.