O Governo angolano vai passar a impor regras mais apertadas à exportação de produtos da cesta básica, proibindo mesmo a venda ao exterior de bens importados, como forma de racionalizar as divisas disponíveis.
Economistas dizem que a medida visa combater o mercado paralelo, mas que não surtirá efeitos.
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Em decreto conjunto datado de Abril, os ministros das Finanças, Archer Mangueira, e do Comércio, Fiel Constantino, reconhecem ser "imperiosa a adopção de medidas de salvaguarda de interessa nacional" para "garantir que as mercadorias importadas definitivamente para o país, com recursos a meios de pagamento providenciados pelos bancos comerciais nacionais, se destinem exclusivamente ao consumo nacional".
Por isso o Governo angolano vai passar a impor regras mais apertadas à exportação de produtos da cesta básica, proibindo mesmo a venda ao exterior de bens importados, como forma de racionalizar as divisas disponíveis.
O economista Faustino Mumbica considera a medida apenas um “tiro de pirotecnia” porque não há qualquer produção interna capaz de ser exportada.
Mumbica afirma que o Governo tentar combater a saída de bens da cesta básica que entram no país com alguma isenção fiscal.
Em relação às mercadorias de grandes supermercados que saem para fora do país, Mumbica diz que o Executivo não tem como se impor porque eles pertencem a altas figuras no país.
“É algo que se está a fazer mas de concreto não existe”, sublinhou.
Por seu lado, o também economista Precioso Domingos é de opinião que Angola precisa de produção para poder exportar bens e assim obter divisas e sair de dependência do petróleo.
“Não estou a ver o Governo a pensar assim, pelo contrário devia procurar mais produção para conseguir dólares”, defendeu.
Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira e económica, devido à quebra nas receitas com a exportação de petróleo, o que fez diminuir igualmente a entrada de divisas no país, condicionado as importações.