As privatizações a serem levadas cabo pelo governo angolano vão beneficiar o Estado mas há que garantir que todo o processo seja transparente, disseram economistas angolanos.
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O Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado, IGAPE o processo está a seguir o seu ritmo normal.
Algumas empresas mais significativas a privatizar são a UNITEL detida pelo Estado a cem porcento, apenas 15 porcento vai ser vendida em bolsa, a companhia de seguros ENSA, e o Banco de Fomento de Angola, BFA.
Veja Também Bens de Isabel dos Santos não podem ser confiscados sem julgamento, diz PGREm relação às que já foram privatizadas, o economista Carlos Rosado de Carvalho entende que os pressupostos para aferir a transparência estavam lá.e quanto às que estão em curso como por exemplo o banco BFA, a ENSA bem como a UNITEL estão asseguradas as condições para que se verifique a transparência.
Veja Também Consultora americana BCG pagou milhões de dólares em subornos em Angola"Estão agora a privatizar o BFA, a ENSA mas não há até ao momento grandes questões”, disse acrescentando que “as restantes são pequenas empresas ligadas a zona económica especial que não valem grande coisa”.
“Mas eu acho que os processos têm sido mais ou menos transparentes”, afirmou.
Veja Também Governo angolano não consegue vender hotéis confiscados a Carlos São VicenteO presidente da AIA Associação Industrial Angolana, José Severino sublinhou a necessidade do governo garantir a transparência de todo o processo.
"É preciso que o executivo faça pautar aos órgãos competentes - o IGAPE e o ministério das Finanças - ponham as coisas todas em pratos limpos, não vamos fazer destas privatizações um pomo de discórdia”, disse Severino para quem um processo limpo e transparente contribui para “um bom ambiente de negócios” e isso é a melhor forma de abrir o país ao investimento estrangeiro."
Veja Também Standard Bank confirma que vai comprar ações confiscadas a Carlos São VicenteO professor de Economia Heitor de Carvalho disse que um dos problemas do processo é a falta de meios entre a maioria dos angolanos para poderem participar no processo.
"Não há dinheiro, as pessoas que têm dinheiro são também aquelas politicamente expostas e isto é um risco muito grande", disse indicando que o risco é que estas empresas a serem privatizadas possam retornar às mesmas pessoas ligadas ao poder.
Mas o dirigente da AIA, José Severino, disse que “há acumulação de capitais que são crescendos estão aí entre nós”.
“Temos muita gente aguerrida e o país só sai a ganhar desde que haja ponderação e cautela neste processo de privatização”, afirmou.
Apesar dos problemas que levantou sobre o número restrito de possíveis investidores, o também coordenador da Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola, Heitor Carvalho, concorda que haverá grandes ganhos para o Estado se estas empresas forem bem vendidas.
"São empresas bastantes lucrativas que trazem muitos rendimentos, portanto estas empresas privatizadas poderão trazer uma entrada imediata de dinheiro ao estado, (o que) pode ser muito útil para as necessidades do estado neste momento", acrescentou.