O porta-voz da Procuradoria Geral da República (PGR) de Angola disse que os contatos com as autoridades suíças vão continuar depois da recente deslocação do procurador Hélder Pitta Gros à Suíça, durante a qual tentou recuperar para o Estado angolano cerca de 900 milhões de dólares retidos pelas autoridades helvéticas do empresário Carlos São Vicente.
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Em conversa com a Voz da América, Álvaro João negou a informação avançada pelo portal de Africa Intelligence que disse que Pitta Gros não terá conseguido convencer as autoridades daquele país a devolverem os ativos do empresário São Vicente depois que a justiça considerou injusto o julgamento que resultou na condenação do empresário angolano a nove anos de prisão.
"Isto é um processo e vai haver mais encontros" , assegurou Álvaro João, sem dar mais detalhes.
Carlos São Vicente foi condenado em março de 2022 a nove anos de prisão pelos crimes de peculato, fraude fiscal e branqueamento de capitais e ao pagamento de uma indemnização de 500 milhões de dólares.
Veja Também Angola: Leilão de 39 hotéis apreendidos a Carlos São Vicente envolvido em segredosNuma decisão revelada a 21 de setembro de 2022, o Supremo Tribunal da Suíça afirmou haver sérias dúvidas sobre a imparcialidade e independência das autoridades judiciais angolanas, e, portanto, não pode haver cooperação com Angola no caso do empresário São Vicente.
Veja Também PGR de Angola em Genebra em "esforço" para recuperar ativos do Estado desviados por corrupçãoO órgão decidiu que as autoridades suíças não podem cooperar com Angola antes de avaliarem a possibilidade e efetividade de obterem várias garantias diplomáticas do país, em particular no que diz respeito à independência e imparcialidade dos tribunais, e o cumprimento dos direitos processuais de São Vicente.