Analistas em Luanda afirmam que o pedido financeiro solicitado por Angola ao Fundo Monetário Internacional (FMI) representa um sacrifício para o governo e para os angolanos contribuintes.
Para falar sobre o assunto, ouvimos os economistas Lopes Paulo e Precioso Domingos e o consultor económico Carlos Gomes.
O governo angolano anunciou, que deverá solicitar ao Fundo Monetário Internacional, mais de quatro mil milhões de dólares, a luz do novo pedido de assistência financeira apresentado àquela instituição.
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Uma fonte do Ministério das Finanças garantiu, no entanto, que estudos feitos com base na cota de Angola apontam que o empréstimo a ser solicitado corresponderia a 3,5 mil milhões de dólares.
A necessidade deste financiamento foi manifestada pelo governo ao FMI no final de uma missão técnica ao pais, realizada recentemente, segundo um comunicado do Ministério das Finanças.
O documento avança que foi pedida à instituição liderada por Christine Lagarde, o ajustamento do programa de apoio do FMI, adicionando-se uma
componente de financiamento, tendo em conta a evolução económica mais
recente e de modo a facilitar a implementação do Programa de Estabilização Macro-Económica e do Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022.
Segundo fontes junto do Ministério das Finanças, só a partir de Outubro é que se saberá se esta pretensão será atendida ou não e em que condições.
O desejo manifestado pelo governo angolano de solicitar apoio financeiro ao Fundo Monetário Internacional, tem vindo a dividir as opiniões de vários especialistas e cidadãos, alguns dos quais receiam as medidas de austeridade que o FMI pode vir a impor ao governo angolano, caso se concretize este pedido.
Entretanto, a agência de notação Moody´s considerou, esta semana, que
o acesso de Angola a um pograma de negociação com o Fundo Monetário
Internacional, reforçaria a situação do país, em termos fiscais e externos, enquanto o governo do Presidente João Lourenço prossegue com as suas ambiciosas políticas económicas e a agenda de reformas estruturais para restaurar a estabilidade macro-económica.
A agência norte americana ressalvou que o pedido de Angola de assistência ao FMI, demonstra as necessidades urgentes de Angola e reflecte os desafios actuais do governo, após a deterioração significativa do balanço nos últimos três anos.
O economista Precioso Domingos afirma que com este pedido de Angola, o
Fundo Monetário Internacional vai ser obrigado a impor um conjunto de
regras de acordo com as suas políticas de financiamento aos países.