Mais de 20 organizações da sociedade civil angolana rejeitam a realização das eleições gerais no dia 24 devido às irregularidades que dizem viciar o processo e anunciam uma marcha para quarta-feira, 17, em protesto.
Uma das mais flagrantes irregularidades, segundo os promotores da marcha, é a existência de milhares de pessoas ja falecidas no ficheiro de eleitores definitivos.
Entretanto, o Governo da província de Luanda já indeferiu a marcha, mas os seus promotores garantem que não vão parar.
Associações como Mudei, Movimento Revolucionário e ANATA são algumas das mais de 20 organizações engajadas nesta marcha que, segundo o porta-voz, começa no Cemitério de Santa Ana e termina com um manifesto na sede da Comissão Nacional Eleitoral, onde será lido o manifesto do grupo das asociações".
Alexandre Barros, porta-voz dos manifestantes, exige que os mortos saiam do ficheiro antes das eleições.
"O ficheiro pode permanecer o mesmo, mas os mortos têm que ser retirados, outras irregularidades devem ser resolvidas e se possivel que adiem as eleições, se convoque uma nova data, para que o vencedor seja ele quem for seja
transparente", defende Barros.
Osvaldo Caholo, a representar a Associação Debates nas Comunidades, entende o que se fez até agora em Angola é tudo menos eleiçoes e que “a questão de assentos no Parlamento tem sido um negócio milionário que sustenta muitos e nós não podemos admitir que isso continue, é hora de dizer basta a estes abutres que só sabem pisotear o povo".
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Por seu lado, Adolfo Campos, do auto-denominado Movimento Revolucionário de Angola, “Revú”, entende que se for necessário que se arranje uma nova data para as eleiçoes, um recado dirigido à oposição que, no seu entender, está com muita pressa.
"Qual é a pressa que os partidos da oposição têm em ir às eleições com estas irregularidades todas do processo, estão a espera reclamar depois das eleições? Não será viável”, assegura Campos.
Entretanto, o Governo da província de Luanda indeferiu a comunicação para a marcha da quarta-feira, mas os organizadores garantem que com ou sem autorização vão sair às ruas e marchar por lisura nas eleições.