Angola: Oposição abre fogo contra controlo da imprensa estatal

TPA

Partidos da oposição querem debate sobre alegada discriminação dos orgãos de informação estatais. MPLA rejeita acusações

Os três principais partidos da oposição angolana no Parlamento criticaram asperamente o desempenho dos orgãos estatais de comunicação social.

Constragendor, abusivo, hostilizante e abusivo foram alguns dos termos usados pela oposição que exigiu um debate no parlamento sobre a a questão.

O MPLA rejeitou as acusações.

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Oposição angola unida contra os media estatais – 2:33

A UNITA apresentou um requerimento para um debate sobre a necessidade de um tratamento igual dos partidos políticos nos órgãos de comunicação social estatal.

Segundo a deputada do Grupo Parlamentar da UNITA, Mihaela Weba, “nos últimos 18 meses têm sido bastante constrangedora e abusiva a forma desigual como os órgãos de comunicação social, mormente estatais, têm tratado os partidos da oposição com acesso parlamentar”.

O deputado e presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, juntou-se ao coro e lamentou o espaço que os órgãos de comunicação social estatais dão aos partidos da oposição.

"Não é aceitável que está aí um líder de um partido político a tecer declarações importantes sobre o país, vão lhe dar 30 segundinhos em detrimento de um secretário municipal", disse.

O PRS, na voz do seu presidente, deputado Benedito Daniel, disse que “nós o PRS nos sentimos hostilizados, porque francamente, são feitas as coberturas, mas raras vezes nós vemos os conteúdos das nossas actividades na TPA, RNA ou mesmo TV-ZIMBO”.

MPLA rejeita acusações

As acusações, foram prontamente rejeitadas pelo presidente da 4ª Comissão, Administração do Estado e Poder Local, deputado do MPLA, Tomais da Silva.

"É preciso apresentar evidências e não fazer acusações graves com base em mera opinião de uma única confissão religiosa”, afirmou.

O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, contactado pela VOA, lembrou haver imposições da Constituição sobre a imparcialidade dos orgãos de informação públicos .

“A direcção dos órgãos é que devem responder: porque é que não o fazem?”, questionou.

O debate acontece em ano eleitoral.