Angola: o combate sem tréguas ao contrabando

Ruas de Luanda, Angola

Analistas em Luanda abordam o combate sem tréguas contra o contrabando de combustíveis e defendem a divulgação dos nomes das entidades envolvidas. Para falar sobre o assunto, ouvimos a vice -procuradora geral da república, Inocência Pinto, o jurista Bartolomeu Milton e o Presidente da Associação, Justiça, Paz e Democracia, Serra Bango.

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Angola: contrabando perigoso

Informações postas a circular esta semana pelo Novo Jornal dão conta que a Procuradoria Geral de República, através da sua Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal, começou a notificar algumas figuras do aparelho do estado, supostamente envolvidas na rede do contrabando de combustível no país, recentemente desmantelada pela casa militar do Presidente da República.

Segundo ainda o Novo Jornal, entre as figuras notificadas, estão ex-governadores, oficiais generais e comissários da polícia nacional e do serviço de investigação criminal.

A fonte da Procuradoria Geral da República assegurou, ao Novo Jornal, que muitas destas figuras serão constituídas arguidas e outras serão chamadas, apenas para prestar declarações sobre os assuntos que estão em investigação, em função das denúncias públicas feitas pela casa militar do Presidente da República.

O Presidente João Lourenço, nomeou esta semana figuras ligadas ao serviço de inteligência e segurança do estado para assumirem os destinos do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME). Uma decisão que ocorre, segundo analistas, num momento de crescente preocupação com a corrupção e o contrabando em altas esferas do regime.

Ainda no seguimento do conjunto de várias medidas, o Presidente João Lourenço também exonerou o então Ministro do Interior, o general Eugénio Laborinho, que foi substituído pelo governador de Luanda, Manuel Homem.

Entretanto, o anúncio na última semana da inclusão de Angola na lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional, deixou em estado de alerta as autoridades angolanas, que passaram a tomar várias decisões para mitigar o seu impacto.

Falando aos jornalistas, a vice-procuradora geral da república, não confirmou, nem desmentiu o início do processo de notificação de algumas figuras, alegadamente envolvidas no contrabando de combustíveis.

Inocência Pinto assegurou apenas que as investigações já decorrem e brevemente haverá uma comunicação pública.