Angola: Número de mortes por malária cai com ajuda de programa dos EUA

O número de óbitos em Angola causados pela malária está em queda devido, em parte, a um projeto do Governo americano, revelam dados agora publicados.

Pelo menos seis províncias viram os números de mortos cair de 2022 para 2023, mas, na contramão, mais pessoas foram infetadas em 2023 em relação ao ano anterior.

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Morte pela malária em queda em Angola – 3:06

Dados tornados públicos num workshop sobre a malária e outras doenças que decorre na província da Luanda Sul indicam que 10.150 pessoas morreram em 2023, contra 12.603 em 2022.

Entretanto, o número de casos aumentou para mais de 10,4 milhões no ano passado, quando em 2022 registaram-se 9,2 milhões de casos.

O Governo americano, com uma iniciativa presidencial financia desde 2017, através da USAID, o projeto “Saúde para Todos” do Ministério da Saúde de Angola, que visa a redução de óbitos por malária.

Menos mortes

O programa foi implementado nas províncias de Malanje, Cuanza Norte, Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Uíge e Zaire.

Medicamentos, equipamentos, distribuição de redes mosquiteiras impregnadas de repelente e formação de técnicos englobam as ações de financiamento.

Na província do Uíge, houve no ano passado uma redução de 4% da taxa de falecimentos pela doença, enquanto na Lunda Norte registou-se um decréscimo de 80% cento.

Na Lunda Sul, que registou 183 óbitos em 2022 e 88 no ano passado, o coordenador provincial do núcleo de formação sobre a malária, Jize Jamona, fez notar que “há um aumento da incidência do número de casos, de casos novos, e há uma baixa da mortalidade”.

“O aumento de casos pode-se justificar pela extensão agora da rede sanitária, porque nesses seis anos que estamos com este projeto de “Saúde para Todos”, a rede sanitária aumentou muito, espalhou-se até as extremidades da província”, explicou Jamona.

Numa excepção à tendência de queda de mortalidade por malária, em Malanje no entanto foi registado um aumento dos óbitos.

Hospital Regional de Malanje, Angola, 2024.

O supervisor provincial do programa de combate à malária, Hienor Canda, diz que se estão a reforçar as medidas profiláticas para reduzir o número de mortes em toda a província.

“Temos estado a intensificar as campanhas de sensibilização ... no âmbito da prevenção da malária à nível das unidades sanitárias e a nível das comunidades, temos também orientado a população no sentido de usarem corretamente e de forma obrigatória as redes mosquiteiras tratadas com insecticidas de longa duração”, precisou.

No workshop em Saurimo que encerra na quarta-feira, 20, participam 30 profissionais do sector da saúde que entre outros assuntos discutem a “gestão do programa e reforço institucional”, “o controlo vectorial e a protecção individual”, “vigilância epidemiológica, monitoria e avaliação e pesquisa operacional” e a “gestão da malária a nível das comunidades”.