Face a dificuldades cambiais o governo angolano está a negociar um financiamento de cerca de 1.500 milhões de dólares para ajudar no pagamento da dívida pública.
A agência de notação financeira Standard & Poor disse que as negociações envolvem três bancos estrangeiros "para ajudar a cumprir os pagamentos”.
Anteriormente o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano tinha afirmado haver menos recursos cambiais o que coloca pressões na administração cambial.
A Standard & Poor fez notar que a dívida pública angolana subiu de 65% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2022, para 90% do PIB no ano passado, principalmente por efeito da desvalorização de 39% da moeda nacional, o Kwanza.
De momento no entanto tanto a Standard & Poor como o Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston disseram que não há receios que Angola não consiga pagar ou servir as suas dividas.
A Standard & Poor afirma que o governo deverá ter “recursos suficientes para pagar a sua dívida, de acordo com o perfil de pagamentos nos próximos dois anos”.
Já num estudo sober as relações económicas entre África e a China aquele centro da universidade de Boston afirma que embora Angola tenha evitado "recentemente por pouco não ter pago a sua dívida ... está em boa posiçãopara refinanciar a dívida existente”.
O estudo confirma que Angola é o pais africano que mais deve à China, (20.980 milhões de dolares em 2022) mas faz notar que a dívida e serviço da dívida de Angola caíram substancialmente desde 2020/2022 “devido à restruturação da dívida em 2020”.
Em particular acordos com credores chineses ao abrigo da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 e de um programa do FMI “fortaleceu as perspetivas da dívida e crescimento (económico) de Angola”, diz o estudo.
Recentemente numa visita à China o presidente João Lourenço alcançou um acordo para a redução de pagamentos.
Na sequência desse visita Angola conseguiu reduzir os seus pagamentos da dívida à Pequim até 200 milhões de dólares mensais, disse o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima.
Mais recentemente a dívida à China foi avaliada em 17.000 milhões de dólares.