Os grupos parlamentares dos dois maiores partidos angolanos, MPLA e UNITA, vão criar uma comissão negocial interpartidária para analisar as duas propostas para a institucionalização das autarquias, anteriormente aprovadas na generalidade pela Assembleia Nacional e que agora estão em debate na especialidade.
A decisão foi anunciada na quarta-feira, 5, depois de um acordo entre as duas bancadas que, desta forma, pretendem elaborar um projeto único para debate nas comissões especializadas.
Veja Também Proposta da UNITA das autarquias aprovada pelo ParlamentoAo justificar a decisão, primeiro vice-presidente do grupo parlamentar do MPLA afirmou que ela decorre da constatação de que existem muitas normas coincidentes, comuns no diploma do Executivo já aceite e na proposta da UNITA, que embora não estejam na do Governo, podem ser absorvidas.
"O interesse da criação das autarquias locais é dos angolanos, por isso os grupos parlamentares que representam o povo nesta Assembleia Nacional têm de encontrar uma forma dos dois projectos poderem convergir e termos um único que venha a debate na plenária das reuniões conjuntas”, disse Vigílio Tchiova.
Por seu lado, o deputado da UNITA e presidente da 4ª Comissão da Assembleia Nacional para as Autarquias e Poder Local, Franco Marcolino Nhani, também sublinhou que a decisão é boa e espera que "os partidos cheguem a uma conclusão que facilite a aprovação da lei".
Nhani acrescentou que os deputados defenderam a avaliação da distribuição de poderes nas discussões de especialidade, para garantir a verdadeira autonomia das autarquias e o princípio da igualdade e equidade de todos os municípios.
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A proposta, ainda segundo aquele parlamentar da UNITA, visa "institucionalizar e criar, de modo efetivo, as autarquias em Angola, determinar os atos e as formalidades para a sua institucionalização e adotar medidas para assegurar uma transição responsável e eficiente dos órgãos da Administração Local do Estado para a Administração Autárquica".
Entretanto, o grupo parlamentar misto, FNLA/PRS anunciou que pretende apresentar uma contraproposta às dos dois partidos maiores, mas Vigílio Tchiova esclareceu que já não vai a tempo porque as discussões vão começar.
Por agora, não foram avançadas datas para a criação da comissão interpartidária nem para a conclusão da proposta final que terá de ser depois aprovada na plenária da Assembleia Nacional.