O Instituto para a Comunicação Social da África Austral (MISA) e profissionais de imprensa angolana mostram-se preocupados com a não privatização dos meios de informação públicos, confiscados pelo Estado.
Para eles, estes meios podem, neste período de eleições, servirem o partido no poder.
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Órgãos como a TV-Zimbo, Palanca TV, jornal O País, Rádio Mais e Rádio Global mantêm-se sob controlo do Ministério da Comunicação Social, após o confisco no processo de combate à corrupção, por terem sido criados supostamente com dinheiros públicos.
Sem qualquer decisão judicial, o ministério responsável anunciou para breve a privatização destes meios, o que, no entanto, ainda não aconteceu.
André Mussamo, presidente do Instituto para a Comunicação Social da África Austral (MISA-Angola), diz que a lei proíbe a concentração de vários órgãos numa única entidade e condena a demora que o processo de reprivatização tem.
“O que condenamos, criticamos e estamos apreensivos é a demora que esse processo de privatização vai levando, em que estamos a passos largos nos aproximando de um período em que deter um meio de comunicação social de difusão massiva vai fazer uma grande diferença”, afirma.
Mussamo diz que o Estado e o MPLA em Angola ainda se confundem, por isso não duvida que esses órgãos venham a servir o partido no poder.
"Não acredito que em quatro meses vão parar na mão de um accionista interessado em fazer deles órgãos isentos e de interesse públicos", afirma.
Por seu lado, o jornalista Herculano Coroado entende que esses órgãos devem servir a sociedade em geral, mas diz existirem dúvidas se vão se manter isentos e imparciais durante as eleições gerais de Agosto próximo.
"Tem havido uma polémica em relação à partidarização dos órgãos públicos e daí existir a dúvida se esses órgãos não serão afectos a essa partidarização ou serão isentos e imparciais durante as eleições", afirma.
A VOA tentou contactar Nuno Caldas Albino “Nuno Carnaval”, actual secretário de Estado da Comunicação Social, mas não otivemos qualquer resposta.