Angola melhorou 50 lugares no Índice de Percepção sobre Corrupção, segundo a Transparência Internacional que diz que em 180 países de 2017 a 2022 Angola deixou o lugar 167 e passou para a posição 121.
Your browser doesn’t support HTML5
A organização destacou a adopção de medidas anti-corrupção levadas a cabo pelo Executivo de João Lourenço desde que chegou ao poder em 2017, políticas como recuperação de activos outrora roubados ao estado angolano como uma das bases em que se apoia para chegar a esta conclusão.
Embora Angola continue na metade pior do índice, analistas angolanos discordaram da melhoria apontada pela organização.
O jurista Manuel Cangundo disse que “nós aqui no terreno temos outra ideia e vemos a corrupção a continuar e cada vez pior".
Para Cangundo a melhoria no índice é resultado de diplomacia.
Your browser doesn’t support HTML5
"Tudo é fruto da pseudo diplomacia que o Presidente está a fazer, ir e vir, o resultado são estes relatórios."
O investigador pela universidade de Oxford, no Reino Unido, Rui Verde faz uma distinção, afirmando que " temos de reconhecer que há uma evolução na forma como se fala sobre corrupção na sensação”.
“Impressão sim neste ponto houve evolução", afirmou Rui Verde que diz que na prática duvida haver qualquer avanço.
"Do ponto de vista jurídico ou legal não há combate a corrupção em Angola”, disse fazendo notar que “das figuras consideradas politicamente expostas só um nome, o de São Vicente foi a julgamento e condenado”.
“Os principais casos de Isabel dos Santos, Kopelipa, general Dino, Manuel Vicente nem sequer chegaram a julgamento, e os casos actuais denunciados nem sequer são investigados", acrescentou.
O jornalista e analista Ilídio Manuel entende que " os principais visados são os aliados do antigo Presidente José Eduardo dos Santos”.
“Já os marimbondos de João Lourenço, desde 2017 nenhum foi levado às barras do tribunal, figuras de peso, tirando Augusto Tomás e Carlos São Vicente ninguém foi punido até agora", disse.
A Transparência Internacional que tem sido severa quando se tratava de criticar o combate à corrupção em Angola, diz no seu relatório que as Ilhas Seichelles é o melhor colocado no índice, dos países africanos, Cabo Verde o melhor lusófono, os piores colocados de África são a Guine Equatorial, Sudão do Sul e Somália.
A Dinamarca continua a liderar a lista como melhor no ranking de percepção de corrupção.